Lula lamenta morte de Abilio Diniz e diz que teve o prazer de chamar o empresário de amigo
Mensagem do presidente foi feita na rede X, antigo Twitter; Lula está em viagem pela África e será representado por Geraldo Alckmin no velório
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do empresário brasileiro Abilio Diniz, que faleceu no domingo, 18, aos 87 anos. Numa publicação na rede X, ex-Twitter, o chefe do Executivo disse que teve o "prazer" de chamar o empresário de amigo e conversar, em diversas ocasiões, sobre os rumos do Brasil.
"Abílio era um empresário dedicado, que participou da gestão, crescimento e criação de muitas empresas no Brasil. Sempre viveu com uma grande determinação e dedicação ao trabalho, superando dificuldades e perdas pessoais", escreveu Lula, nesta segunda-feira, 19.
"Tive o prazer de ser seu amigo e conversar muitas vezes com ele sobre os rumos do nosso País", acrescentou o presidente. Ao final da mensagem, Lula se solidarizou com os filhos e familiares de Abilio Diniz.
O empresário morreu ontem vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein. O velório ocorrerá no Salão Nobre do Estádio do Morumbi, do São Paulo Futebol, time do coração do empresário. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, deve participar do velório no período da tarde. Lula está em viagem pela África.
Velório
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, esteve no velório de Abilio, no Morumbi. Na saída, disse que Abilio foi exemplo de homem e de empresário para a cidade e o País. Nunes afirmou que, certa vez, ao comentar sobre políticas públicas da área de educação, Diniz afirmou: "a gente nunca vai ter o País que queremos se não tivermos educação". O prefeito destacou ainda as contribuições do empresário em questões sociais e de segurança alimentar.
O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira foi conselheiro e executivo do Grupo Pão de Açúcar por 25 anos. Ele esteve mais cedo no velório de Abílio Diniz, no Morumbi, e lamentou não tê-lo aconselhado a não ir para Aspen, nos Estados Unidos, onde o empresário contraiu a pneumonia que o matou.
"Fui grande amigo de Abilio e trabalhamos juntos no Pão de Açúcar durante 25 anos. Ele sempre foi um grande empresário e eu era seu segundo. Construímos juntos aquela empresa maravilhosa. Ele era um homem muito determinado, triste no começo porque o trabalho no Pão de Açúcar era muito duro e ele sempre foi muito ambicioso. Mas quando ele reassumiu a empresa - e eu ajudei a negociação com a família - ele ficou muito feliz. Depois ele casou com a Geyse e ficou mais feliz ainda (risos)."
Para Bresser-Pereira, Abilio sabia negociar e ajudar cada governo, independente da tendência política. "Ele sempre foi um herói."
As horas mais difíceis de sua carreira, diz ele, foram o sequestro de Abilio e a venda do Grupo Pão de Açúcar. "Também ajudei na negociação do sequestro com os terroristas, mas quem resolveu foi o Dom Paulo (Evaristo Arns). A venda da empresa foi uma pena, mas ele era uma pessoa ativa e feliz. Estive no aniversário dele há pouco tempo e devia ter dito para não ir a Aspen. Uma perda enorme para o País", diz Bresser-Pereira.