Mais lojistas estão oferecendo benefícios para pagamento com Pix, diz pesquisa
Neste ano, 47% das lojas online analisadas ofereceram benefícios exclusivos para pagamento na modalidade, a maior proporção do histórico observado deste tipo de ação
As ofertas para que os consumidores paguem bens e serviços em Pix está aumentam no País, segundo o Estudo Gmattos de Pagamentos referente a janeiro deste ano. Neste mês, 47% das 59 lojas online analisadas ofereceram benefícios exclusivos para pagamento na modalidade, a maior proporção do histórico observado deste tipo de ação. O índice é pouco superior ao observado na medição anterior, que ocorreu durante a Black Friday, quando 46% das lojas ofereciam benefícios para este tipo de pagamento.
A pesquisa, que ocorreu entre os dias 4 e 6 de janeiro, levou em conta lojas de destaque no mercado brasileiro. A principal vantagem oferecida pelos lojistas no período foram os descontos, de 4% a 12%. Em alguns casos, houve a oferta de frete grátis para as compras com esse tipo de pagamento. Durante a Black Friday, em novembro de 2023, os descontos variavam de 10% a 15% para pagamento com Pix.
Custos menores e uma alta conversão de venda no carrinho, ou seja, vendas que se realizam após a inclusão de itens no carrinho, são os motivos que levam os lojistas a oferecerem os descontos. Se o cliente pretende pagar à vista, torna-se mais vantajoso para o lojista que a compra seja com Pix, que tem custos mais baixos para ele do que os boletos e cartão de débito, analisa a pesquisa. Em relação a conversão de carrinho, a diferença é significativa: 90% para o Pix, 50% para o boleto, e 30% para o cartão de débito.
Em contrapartida, a oferta de descontos para pagamento no cartão de crédito em apenas uma parcela é baixa. Apenas 5% das lojas ofereciam incentivo para esse tipo de pagamento. Segundo o estudo, essa pode ser uma tendência nas estratégias promocionais, mostrando o movimento dos lojistas para diminuir o número de parcelas sem juros no cartão de crédito.
O parcelado sem juros via cartão de crédito manteve o viés pela diminuição no prazo máximo da oferta sem juros. Em janeiro deste ano, o prazo médio foi de 5,4 vezes, contra 5,7 na medição anterior, em novembro de 2023. Um ano atrás, a média era de 7,4 vezes sem juros.
Pix cada vez mais presente em lojas online
O Pix entrou em uma nova fase evolutiva, segundo o estudo, já que está consistente no patamar máximo de aceitação (100%) pelas lojas online analisadas desde setembro de 2023. O crédito também é uma opção oferecida por todas as lojas consideradas no estudo.
Em segundo lugar está o boleto, com 62,7% de aceitação. A pesquisa destaca que neste ano é esperado um novo boleto com liquidação instantânea. Atualmente, o prazo médio de confirmação de recebimento dessa modalidade é de dois dias úteis. "Este novo boleto não será efetivado em 100% dos casos, mas pode representar um novo ciclo evolutivo para esta tradicional forma de pagar", aponta a pesquisa.
Em terceiro lugar estão as wallets (carteiras digitais como Paypal, Mercado Pago e PicPay, entre outros), com 42,4% de aceitação em janeiro deste ano. A wallet preferida foi o Paypal, com 40% de aceitação nas lojas, seguido do Nupay, com 24% de aceitação. Há um ano, em janeiro de 2023, Nupay era aceito em apenas 8% das lojas que aceitavam wallets.
Em quarto lugar está o do formato BNPL ("Buy Now Pay Later", ou "Compre Agora e Pague Depois"), com 39% de aceitação. Foram considerados os diferentes tipos de oferta para parcelamento fora do cartão de crédito, ou seja, via bancos ou financeiras, crediário próprio da loja ou por fintechs. Os parcelados alternativos alcançaram em janeiro sua maior aceitação, confirmando a tendência de crescimento consistente. Um ano atrás, a aceitação observada para este tipo de pagamento era de apenas 27%.
Na última posição está o cartão de débito, aceito por 20% das lojas online analisadas. O estudo aponta que aceitação dos formatos de débito (bandeira e direto banco a banco) enfrentam cenário desafiador. O formato bandeira está estagnado abaixo de 15%, e o formato banco com 11%, apresenta alta concentração na oferta da Caixa Econômica Federal, fruto do período de auxílio emergencial da pandemia. Ao desconsiderar esse caso, o débito banco praticamente deixa de existir (1,7%), diz a pesquisa. Isso revela a inclinação tanto de lojas, como de bancos, pela substituição da modalidade pelo Pix. O débito bandeira, por outro lado, teve pequena ascensão desde a última pesquisa, de 11,9% para 13,6% de aceitação.