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Mais ricos do mundo perderam R$ 1,3 trilhão desde o começo de 2022

A maior perda foi do CEO da Binance, devido à desvalorização do bitcoin no semestre; entre os brasileiros, o tombo na fortuna foi de R$ 66,1 bilhões

3 jul 2022 - 05h10
(atualizado às 09h20)
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Elon Musk
Elon Musk
Foto: Reuters

As dez pessoas mais ricas do mundo perderam US$ 250 bilhões (R$ 1,3 trilhão) nos primeiros seis meses de 2022, de acordo com o índice de bilionários da Bloomberg. Personalidades como Elon Musk, CEO da Tesla, Jeff Bezos, presidente do conselho da Amazon, e Bill Gates, cofundador da Microsoft, tiveram o patrimônio abalado pela desvalorização das empresas no mercado de capitais, motivada pelo aumento na taxa de juros dos Estados Unidos.

A queda de patrimônio foi acentuada para os dois mais ricos do mundo, Musk e Bezos. Juntos, eles somam perdas de US$ 120 bilhões (R$ 640 bilhões). As ações da Tesla tiveram queda de mais de 40% neste ano, enquanto a Amazon teve desvalorização similar, na casa dos 35%. O período também foi marcado pelo imbróglio da compra do Twitter por Musk, em um acordo de US$ 44 bilhões que ainda não foi aprovado.

O terceiro mais rico do mundo, Bernard Arnault, presidente da LVMH, maior empresa de artigos de luxo do mundo, também teve um impacto relevante em sua fortuna, que caiu US$ 50 bilhões desde 1º de janeiro.

Em números absolutos, a maior queda de riqueza na lista da Bloomberg foi de Changpeng Zhao, fundador da corretora de criptomoedas Binance, que perdeu US$ 79,3 bilhões (R$ 422 bilhões). No primeiro semestre, a cotação do bitcoin foi de US$ 46 mil a US$ 20 mil, pegando investidores de surpresa.

Brasileiros perderam R$ 66 bilhões

Os brasileiros mais ricos também tiveram perdas relevantes de patrimônio na primeira metade de 2022. Foram US$ 12,4 bilhões perdidos, cerca de R$ 66,1 bilhões, segundo os dados do índice de bilionários da Bloomberg.

Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, teve a maior queda: US$ 9,2 bilhões. Sua fortuna agora é de US$ 8,9 bilhões. O baque vem da desaceleração de crescimento do Facebook, reportada no começo do ano, que também derrubou à metade a fortuna do CEO da empresa, Mark Zuckerberg, que agora tem US$ 59,6 bilhões.

Os fundadores da Ambev também foram afetados pela fuga de investidores para a renda fixa em tempos de juros altos. O mais rico, Jorge Paulo Lemann, teve a maior queda de patrimônio, US$ 1,6 bilhão, ficando com cerca de US$ 20 bilhões. Marcel Telles perdeu US$ 797 milhões, ficando com uma fortuna de US$ 9,3 bilhões. Carlos Sicupira perdeu um pouco mais, US$ 841 milhões, mas ainda tem US$ 7,9 bilhões.

Já Jorge Moll e sua família, donos da Rede D'or São Luiz, tiveram perdas estimadas em US$ 2,75 bilhões, ficando com US$ 6,6 bilhões.

O banqueiro Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú, foi na direção contrária e lucrou US$ 1,3 milhão, indo a US$ 5,1 bilhões.

Em 2022, Luiza Trajano, empresária brasileira e presidente do conselho de administração da varejista Magazine Luiza, saiu da lista de bilionários da revista Forbes devido à queda do preço das ações da empresa na bolsa de valores. Em 12 meses, o preço foi da casa dos R$ 21 para R$ 2,20.

Estadão
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