Mantega: PIB de 2013 confirma projeção de 2,5% para este ano
Ministro da Fazenda disse que aumento de 2,3% do PIB de 2013 surpreendeu o governo, mas não revisou projeção de 2,5% para este ano
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que o produto interno bruto (PIB – soma de todas as riquezas produzidas no País) deverá manter trajetória de crescimento neste ano. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o crescimento consolidado de 2013, que ficou em 2,3%. Com o crescimento, o PIB brasileiro hoje é de R$ 4,84 trilhões.
Na proposta do Orçamento, enviada pelo governo ao Congresso Nacional, o Executivo projetou em 2,5% o crescimento da economia brasileira para 2014. Embora o resultado do ano passado tenha surpreendido positivamente o governo, Mantega não indicou uma revisão na expectativa de crescimento do PIB para este ano. “Esse resultado só veio confirmar que nossa projeção para 2014 está correta.”
“Esse crescimento indica que a economia brasileira está em uma trajetória de aceleração gradual em relação ao ano anterior”, disse o ministro. Em 2012, o crescimento do PIB foi de 0,9%. “Estamos, portanto, numa trajetória de crescimento, que vai continuar em 2014”.
Na segunda-feira, analistas consultados pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus estimaram crescimento de 1,67%. Para o ano que vem, o mercado projeta crescimento de 2%. Diante dos dados positivos, o ministro da Fazenda alfinetou o mercado que projetaram crescimento baixo neste ano. “Os analistas terão muito trabalho neste fim de semana para rever suas projeções, que serão muito mais positivas”, disse.
Mantega ponderou que 2013 apresentou desafios para a economia global, como a política do Banco Central americano (Federal Reserve), que injetou US$ 85 bilhões na economia mundial em programa de compra de ativos. O ministro lembrou ainda que o crescimento lento da economia mundial prejudicou os resultados da indústria, que depende mais das exportações.
“O ano de 2013 foi difícil, cheio de desafios e uma das razões para isso foi a ação do Banco Central americano, que anunciou que ia reduzir os estímulos e causou uma turbulência cambial e dos fluxos de capital e atrapalhou a todos os países, principalmente os emergentes”, declarou.
Pelo lado da produção, os três setores da economia tiveram crescimento em 2013, com destaque para a agropecuária (7%). Os serviços cresceram 2% e a indústria, 1,3%. Também tiveram crescimento o consumo das famílias (2,3%) e o consumo governamental (1,9%). No setor externo, as importações cresceram mais (8,4%) do que as exportações, que tiveram alta de 2,5%.