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Mantega prevê grandes investimentos no País nos próximos oito anos

Para ministro, Brasil terá de enfrentar desafios para manter crescimento

28 mar 2014 - 18h10
(atualizado às 18h10)
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que o Brasil terá ainda de enfrentar desafios para manter o crescimento econômico, nos próximos anos, e um deles é o aumento dos investimentos em infraestrutura. Ele prevê, no entanto, uma melhora no ritmo de evolução do setor, com alta de 7% na média anual de investimentos até 2022 - taxa acima da média de 6,2%, registrada entre 2003 e 2013.

"O carro-chefe do crescimento será o investimento", prevê ele, citando entre as áreas que considera fundamentais neste sentido: os setores de infraestrutura - com melhoria das condições de logística -,  energético, da construção e da indústria automobilística, além do "capital humano".  Mantega também sinalizou que o governo continuará estimulando o consumo interno, embora com menos vigor, e manifestou a expectativa de o país voltar a ter um mercado de capitais mais atrativo.

O passo no sentido de fazer o setor de infraestrutura deslanchar, segundo o ministro, já foi dado com as concessões, que continuarão em andamento. No caso das rodovias, as obras deverão ganhar maior visibilidade a partir do segundo semestre, conforme apontou. Ele mencionou ainda que, no setor petrolífero, só o Poço de Libra , um dos maiores reservatórios do mundo, vai envolver recursos de US$ 80 bilhões em dez anos. Em 35 anos, calcula, os recursos chegarão a US$ 200 bilhões.

Para o ministro, os efeitos da crise internacional de 2008 estão no final. "Estamos no limiar de um novo ciclo de expansão da economia", avaliou. Para ele, o impacto dessa crise foi um dos mais  fortes desde a 2ª Guerra Mundial, que levou a uma expansão das economias avançadas a um ritmo menor, em torno de 2% a 2,5%, ante um crescimento bem maior das economias de países emergentes, com destaque para a China e a Índia.

Segundo o ministro, a China acumulou um aumento de 66% no Produto Interno Bruto (PIB), de 2008 a 2013, seguida pela Índia, com  43%. O Brasil ficou em quinto lugar, com a média de 3% ao ano, no mesmo período. E entre os países do G-20, lembrou, o Brasil teve o melhor superavit primário, com aumento médio de 2,9%.

Embora reconheça existirem pressões inflacionárias, com a alta de preços dos alimentos como consequência, por exemplo, da valorização de commodities (produtos básicos com cotação internacional na Bolsa de Chicago; principalmente alimentos agrícolas e minérios), o ministro mantém a previsão de uma inflação neste ano em sintonia com a meta. Segundo ele, "a inflação não vai estourar a meta", cujo centro é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O mercado financeiro e o próprio Banco Central apontam para níveis muito próximos do teto de 6,5% . Mantega prevê, porém, um crescimento do consumo interno em ritmo menor, o que ajuda a arrefecer as pressões inflacionárias.

Para ele, o mercado de capitais é que irá alimentar, em grande medida, a capacidade de investimentos, com tendência de crescimento no movimento de abertura do capital das empresas. Além disso, observou que "há um forte apetite por aplicações [no mercado financeiro] no Brasil", o que mostra, na avaliação dele, confiança no potencial da economia brasileira. Tem ocorrido demanda maior do que a oferta pelos títulos brasileiros, destacou ele, pelos papéis com vencimento de longo prazo.

Ele fez essas afirmações durante aula magna na Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas, onde foi homenageado pelo longo tempo que está à frente da condução da economia do país. No dia de hoje, Mantega completa oito anos de atuação à frente do Ministério da Fazenda.

Agência Brasil Agência Brasil
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