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Mantega: rebaixamento do Brasil pela S&P teve efeito "nulo"

"Ninguém mais lembra dessa classificação que não teve nenhuma importância para a economia brasileira”, afirmou o ministro

14 mai 2014 - 15h01
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Ministro Guido Mantega fala em comissões da Câmara
Ministro Guido Mantega fala em comissões da Câmara
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ironizou, durante audiência em duas comissões da Câmara dos Deputados, a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar a nota do Brasil em março. Ao falar à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e à Comissão de Finanças e Tributação, ele destacou que, mesmo com o anúncio, o efeito da mudança ao mercado financeiro foi nulo.

“O rebaixamento foi nulo em relação aos mercados. Não aconteceu nada e houve valorização do real. [O rebaixamento] foi solenemente ignorado. Garanto que vamos cumprir 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ao contrário do que pensa a Standard & Poor's. Ninguém mais lembra dessa classificação que não teve nenhuma importância para a economia brasileira”, disse. Mantega foi convidado às comissões para falar sobre a aquisição, pela Petrobras, da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos; os rumos da política econômica do governo e o rebaixamento da nota do país pela agência de classificação de risco.

Segundo Mantega, ao contrário do que muitos pensam, a economia brasileira está sólida e o governo tem reduzindo o endividamento. Para ele, houve uma redução na arrecadação, mas como necessidade de uma política anticíclica para combater a crise: “O Brasil realiza um dos maiores superávits primários do mundo e nossa dívida líquida vem caindo ao longo dos anos. Trabalharemos para que isso continue acontecendo no futuro”.

No entender do ministro, tão importante quanto manter o controle fiscal é manter a inflação sob controle. Ele citou que nos últimos anos houve pressão adicional nos preços devido à seca nos Estados Unidos, que elevou o valor de grãos, além da seca em outros países, que se somaram à desvalorização do real.

“Não tivesse havido a desvalorização do real, nós teríamos uma inflação menor. Mesmo assim nós podemos ver que a inflação está sob controle e não ultrapassará os limites. E, mesmo com a pressão em março, está em queda”. Mantega avalia que os efeitos da sazonalidade do fim e início do ano, que fizeram pressão nos preços dos hortifrutigranjeiros, estão sendo reduzidos. “Estamos em uma trajetória de queda da inflação. É importante destacar que a força dinâmica da economia está nos investimentos”.

Sobre a Petrobras, Mantega evitou falar no caso Pasadena, mas destacou o plano de negócios da Petrobras de mais de US$ 230 bilhões que, segundo ele, é um dos maiores do mundo. “Isso mostra como vem sendo tratada a receita da empresa. O faturamento foi expressivo, chegou a R$ 300 bilhões, mas a produção de petróleo e derivados aumentará. Vamos aumentar o faturamento da empresa e ter uma produção cada vez maior”.

Agência Brasil Agência Brasil
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