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Margem Equatorial poderia produzir 1,1 mi bpd de petróleo a partir de 2029, diz CBIE

28 mar 2023 - 13h54
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A exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira tem potencial para agregar 1,106 milhão de barris por dia (bpd) na curva de produção nacional a partir de 2029, apontaram cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), em seu Outlook 2023, lançado nesta terça-feira.

Uma casa entre rios próximos à Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, perto da cidade de Macapá
31/03/2017
REUTERS/Ricardo Moraes
Uma casa entre rios próximos à Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, perto da cidade de Macapá 31/03/2017 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O volume, segundo diretores da consultoria, elevaria o pico de produção de petróleo do Brasil previsto para 2032 pelo CBIE de 5,824 milhões de bpd para 6,930 milhões de bpd.

A previsão, feita com base em informações geológicas disponibilizadas pela reguladora ANP, considera o avanço exploratório nas áreas já contratadas na região, reservas estimadas de 30 bilhões de barris e um fator de recuperação de 25%.

"A Margem Equatorial é uma nova área de exploração que precisa ser olhada se o Brasil quiser continuar crescendo na produção de petróleo", afirmou a jornalistas o diretor do CBIE, Pedro Rodrigues, pontuando que o pré-sal atingiu grandes conquistas, com produção amplamente eficiente, mas que também entrará em declínio no futuro.

Em seus cálculos, a consultoria considerou o início da produção na Margem Equatorial em 2026, atingindo 1,106 milhão de bpd entre 2029 e 2036, antes de começar a recuar.

Diretores do CBIE, ponderaram, no entanto, que o governo federal precisa decidir se permitirá a continuidade da exploração na região litorânea, que vai desde o Rio Grande do Norte até o Amapá.

A exploração na Foz do Amazonas, que integra a Margem Equatorial, vem enfrentando escrutínio do órgão ambiental Ibama, uma vez que a área possui riqueza em ecossistemas. A Petrobras está mobilizada na região e aguarda aval para a realização de um simulado de emergência que medirá a capacidade de reação em caso de vazamentos.

Rodrigues pontuou que deverá haver nos próximos anos embates políticos entre alas do governo sobre o destino da exploração na região, e que o país precisa decidir o que espera da indústria no longo prazo.

"O fato é, existe uma fronteira nova, ela já foi licitada, o que a gente vai fazer com ela enquanto país, enquanto nação? Quer explorar ou não, eu acho que esse que vai ser na minha opinião o grande desafio da discussão envolvendo o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério de Minas e Energia", afirmou Rodrigues.

Diversas questões poderão influenciar uma decisão final do governo, segundo Rodrigues, como preços do petróleo, interesses políticos e econômicos dos Estados que serão impactados pelas atividades e o avanço das discussões sobre transição energética no mundo.

Diversas empresas que venceram blocos exploratórios na Margem Equatorial em leilão realizado em 2013, como Petrobras, BP e TotalEnergies, enfrentaram dificuldades nos últimos anos para obter licenças ambientais para perfuração. A última perfuração de poço exploratório na região ocorreu em 2015.

Rodrigues afirmou ser difícil prever a decisão final do governo, mas disse que poderá haver um meio termo, por exemplo, onde o avanço da exploração do petróleo na Margem Equatorial esteja relacionado com investimentos também na transição energética.

No entanto, o avanço para as perfurações é importante para confirmar o potencial exploratório. Segundo dados da ANP, a extensa área tem altíssimo potencial para novas descobertas, a exemplo do sucesso exploratório alcançado nas bacias sedimentares análogas da Guiana, Suriname e Costa Oeste Africana.

O diretor da CBIE, Bruno Pascon, ressaltou os resultados atingidos na produção da Guiana, que até recentemente não entrava em modelos de oferta de demanda global. "Suriname, Guiana, é um tema quente, porque é a nova fronteira de exploração de petróleo offshore, e o Brasil faz parte dessa nova fronteira exploratória", disse Pascon.

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