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Médicos protestam contra os planos de saúde no Brasil

7 abr 2014 - 11h54
(atualizado às 11h57)
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Mil balões brancos foram soltos nesta segunda-feira às 11h, na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, região central para marcar o engajamento dos médicos, fisioterapeutas e dentistas ao Dia Nacional de Protesto Contra os Planos de Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Paralelamente ao ato, esses profissionais foram convidados a doar sangue. A coleta ocorreria na própria APM, mas por motivos técnicos, segundo a entidade, os doadores estão sendo orientados a fazer a doação na Santa Casa de Misericórdia ou no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

A mobilização inclui ainda a suspensão por um dia no atendimento de consultas aos pacientes vinculados aos planos de saúde. Foram mantidos, contudo, os procedimentos cirúrgicos inadiáveis e encaminhamentos de casos de urgência. “A intenção não é prejudicar a população”, disse Florisval Meinão, presidente da APM  Ele recomenda que consultas e cirurgias eletivas sejam remarcadas.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) informou que as reivindicações são: o acesso pleno dos pacientes à assistência de qualidade, o fim das interferências das operadoras no exercício da medicina, além da valorização de honorários de consultas e procedimentos.

Em entrevista à Agência Brasil, Florisval Meinão contestou informações dadas, na sexta-feira, pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), segundo a qual nos últimos cinco anos houve um reajuste de 50% nos honorários desses profissionais, acima da inflação acumulada no período de 31%.

“Não é bem assim. De fato tivemos negociações, mas com aumentos que não foram lineares e nem concedidos por todas as operadoras. Continuam defasados vários procedimentos como os cirúrgicos e o valor de uma consulta na cidade de São Paulo chega a R$ 70,00, enquanto no interior fica entre R$ 25,00 e R$ 30,00”, apontou ele.

No Rio de Janeiro, os médicos se concentraram em frente a Câmara de Vereadores, na Cinelândia, centro da cidade, para protestar na manhã de hoje. Em todo o País os médicos se mobilizam em favor de mais investimentos em saúde.

Na sexta-feira, o Terra entrou em contato com a FenaSaúde que afirmou que "as 31 operadoras de planos de saúde associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) informam que estão preparadas para garantir o atendimento aos seus beneficiários de planos de saúde". Além disso, informou que “no acumulado dos últimos cinco anos, o reajuste aplicado pelas associadas à FenaSaúde aos honorários foi de 50%, em média – muito acima da inflação do período, que foi de 31%”.

A reportagem também entrou em contato com a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) que informou que “o setor de saúde suplementar mantém canais permanentes de diálogo e negociação com as entidades representativas dos profissionais da saúde, incluindo os médicos, tanto em nível nacional como estadual (ou regional)."

"Como resultado do diálogo e das negociações diretas entre as operadoras e os médicos, nesses e em outros fóruns, os reajustes dos honorários médicos variaram entre 10% e 12% em 2013, acima portanto dos 5,9% da inflação no período", completa.

Agência Brasil Agência Brasil
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