Menos de 25% dos reajustes salariais bateram inflação em 2022
Dados preliminares do Dieese mostram piora nas negociações entre 2018 e 2022
Em 2022, apenas 24,3% dos reajustes superaram a inflação, enquanto 36,2% igualaram a inflação, e 39,5% perderam para o INPC no período. Os reajustes de 2022 mostram resultados melhores do que os do ano anterior, mas ainda perdem na comparação com 2018, 2019 e 2020.
Uma comparação do período mostra que cada vez menos trabalhadores têm recebido aumentos com ganhos reais acima da inflação (INPC), apontam dados preliminares divulgados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
As categorias que tiveram ganhos reais, em 2022, conquistaram, em média, aumentos de apenas 0,81% acima do INPC-IBGE. No cálculo geral, os reajustes do ano ficaram com uma variação de -0,78%, o que demonstra o maior peso das negociações com resultados abaixo da inflação.
Região sul é destaque com maiores reajustes; centro-oeste tem menores
Na análise dos resultados por região, o Sul registrou a maior proporção de reajustes iguais (48,5%) e acima do INPC-IBGE (29,8%) em 2022. O Sudeste apresentou o segundo melhor resultado no ano, com reajustes equivalentes à inflação em 35% dos casos; e superiores em 25,4%.
Nas demais regiões, mais da metade dos resultados ficaram abaixo do índice inflacionário. No Centro-Oeste, 65,6% dos reajustes foram inferiores ao INPC-IBGE.
Reajustes em convenção coletiva têm resultados melhores
Ainda segundo o Dieese, as negociações coletivas por categoria, que resultam em convenções coletivas, conquistaram resultados melhores em 2022 do que as realizadas por empresa, formalizadas em acordos coletivos.
Cerca de 69% das negociações por categoria conquistaram ao menos a recomposição da inflação, enquanto o mesmo patamar é atingido por apenas 57% das negociações por empresa. Veja dados no gráfico abaixo.