Mercado brasileiro de CBios será mais apertado em 2025, indica Itaú BBA
O balanço de oferta e demanda de Créditos de Descarbonização (CBios) será mais apertado no Brasil em 2025, com a expectativa de queda nas emissões dos títulos, enquanto as metas de aquisição pelas distribuidoras de combustíveis aumentaram, avaliou nesta quinta-feira o Itaú BBA, em relatório.
"Do lado da oferta, a nossa expectativa é que o volume total de CBios emitidos em 2025 seja de 40,2 milhões, uma queda de 2,4% ano contra ano, pois o volume de vendas de etanol deve cair 5%, apesar do aumento de 11% do volume de biodiesel em 2025", afirmou o banco de investimentos, em relatório.
Produtores de biocombustíveis são os agentes que emitem CBios. No caso do biodiesel, as vendas deverão aumentar com a expectativa de aumento da mistura no diesel, de 14% para 15%.
Já a meta anual de aquisições de CBios pelas distribuidoras de combustíveis subiu para 40,4 milhões de CBios em 2024.
Além disso, as metas individuais contarão com o incremento dos 10,6 milhões de créditos que não foram aposentados em 2024, devendo ficar próximas dos 51 milhões de CBios.
O Itaú BBA citou também que as distribuidoras inadimplentes deverão ter uma meta de 14,7 milhões de CBios no ano-meta atual, "e nós esperamos que uma parte disso será realmente aposentada", afirmou o banco.
O projeto de lei 3149/20 sancionado, conhecido como "PL do CBios", tornou mais rigorosas as penalidades das empresas que não cumprirem suas metas de descarbonização, disse o relatório, o que deve levar muitas empresas para a adimplência, aumentando a demanda pelos créditos.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou na terça-feira que vai autuar 61 distribuidoras de combustíveis pelo descumprimento de metas de Créditos de Descarbonização (CBios) em 2024.
Os preços dos CBios negociados na B3 apresentaram queda de 14% em dezembro, principalmente devido à baixa liquidez do mercado, terminando o mês a 70,1 reais por crédito, apontou o Itaú BBA.
O volume negociado em dezembro foi de 6,3 milhões de créditos, 8% menor que em novembro, que já foi um mês de baixa liquidez, segundo banco.
A média de preço no ano-meta 2024 ficou em 80,9 reais/CBio, o que representa uma queda de 27% frente ao ano-meta 2023.
O valor pago pelas distribuidoras pelos créditos geralmente é repassado aos preços dos combustíveis.