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Mercado de trabalho aquecido pode tornar desinflação custosa e lenta, diz Galípolo

7 jun 2024 - 12h48
(atualizado às 13h39)
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O Brasil tem tido surpresas positivas no desempenho do mercado de trabalho, mas evidências mostram que esse cenário pode gerar um processo de desinflação mais custoso e lento, disse nesta sexta-feira o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Sede do Banco Central em Brasília
22/03/2022
REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 22/03/2022 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"O Brasil também tem surpresas positivas do ponto de vista de um mercado de trabalho mais aquecido, mensurado por diversas métricas, ainda que, como a gente deixou bem claro na comunicação oficial, não seja possível estabelecer de maneira clara esse 'pass through'...", disse.

"Mas a evidência que sempre se tem com o mercado de trabalho demonstrando estar mais aquecido é que se deve observar um processo de desinflação mais custoso e lento", disse em seminário promovido pela Universidade de Brasília.

Galípolo ponderou que banqueiros centrais têm atuado com uma política monetária muito mais dependente de dados para a tomada de decisões recentemente por conta de "correlações inusitadas" entre variáveis econômicas -- em uma série de países, incluindo o Brasil, o emprego tem mostrado dinamismo mesmo com os juros em nível elevado.

O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 7,5% nos três meses encerrados em abril, em um resultado abaixo do esperado que marcou o nível mais baixo de desocupação para esse período em 10 anos. A taxa básica de juros no país está atualmente em 10,50% ao ano, patamar ainda considerado restritivo.

Galípolo voltou a afirmar que o Brasil tem vivido uma dissonância entre dados positivos de inflação corrente acompanhados de expectativas desancoradas para a inflação à frente, o que coloca o país em situação mais delicada que seus pares.

Na apresentação, o diretor afirmou que o consumo das famílias permanece resiliente no Brasil, o que pode ser explicado conjunturalmente pela conjugação de programas de transferência de renda, política de reajuste do salário mínimo e inflação em queda.

No tema da atividade econômica, ele afirmou que o que preocupa mais o Brasil é o nível baixo de investimentos.

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