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Mercado reduz projeção de expansão do PIB para 1,07% em 2014

Economistas consultados pelo Banco Central mantiveram perspectiva de alta da inflação em 6,46%

7 jul 2014 - 08h55
(atualizado às 09h32)
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Pela sexta semana seguida, economistas de instituições financeiras reduziram suas previsões de expansão da economia brasileira neste ano, vendo queda ainda maior da indústria, mas ainda insuficientes para aliviarem a pressão sobre a inflação.

Agosto registrou menor projeção do ano: 2,21% de crescimento para o Brasil
Agosto registrou menor projeção do ano: 2,21% de crescimento para o Brasil
Foto: Shutterstock

O Produto Interno Bruto (PIB) do País deve crescer apenas 1,07% em 2014, expansão inferior ao avanço de 1,10% previstos até então pela mediana dos especialistas consultados, mostrou a pesquisa semanal Focus do Banco Central nesta segunda-feira.

O cenário para a produção industrial é ainda pior, com expectativas de contração de 0,67% neste ano, ante queda de 0,14%. Na semana passada, foi divulgado que a produção industrial do Brasil recuou 0,6% em maio, terceiro mês seguido de resultado negativo e mais uma vez com fraqueza dos investimentos.

Para 2015, a pesquisa Focus mostrou que a mediana das estimativas não mudou sobre a expansão do PIB, a 1,50%, mas também houve redução para a produção industrial, com crescimento de 2,10%, ante 2,20%.

Em 2013, o PIB brasileiro cresceu 2,5%.

Inflação elevada

Nem mesmo a esperada perda de força na atividade foi suficiente para aliviar as expectativas sobre a inflação, com os economistas mantendo a previsão de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará este ano e 2015 com alta de 6,46% e 6,10%, respectivamente.

Ambos os casos estão próximos ao teto da meta do governo, de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

O próprio BC projeta uma alta de 6,4% do IPCA neste ano, ao mesmo tempo em que calcula chances praticamente iguais de a inflação estourar ou não o teto da meta. Entre outros fatores, o que tem pesado nas contas da autoridade monetária são os preços administrados.

Pelo Focus, as projeções são de que esses preços vão subir 5,10% neste ano e 7% no próximo. Nos dois casos, os economistas pioraram suas visões, que viam alta de 5% e 6,75% antes, respectivamente.

Para os próximos 12 meses, a estimativa de alta do IPCA pelo Focus recuou ligeiramente neste ano, a 5,89%, frente a 5,91%.O IBGE divulga na terça-feira o IPCA de junho. O índice vem mostrando desaceleração nas leituras mensais, mas em 12 meses ainda se mantém próximo do teto da meta oficial.

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a inflação deve convergir para a meta se as condições monetárias forem mantidas, e que deflação nos índices gerais de preços tende a se refletir com mais intensidade nos preços ao consumidor.

Com isso, sinalizou mais uma vez que a Selic não deve subir tão cedo, expectativa corroborada pelo Focus, cuja mediana é de que ela termine o ano no atual nível de 11%. Para o final de 2015, as contas também não mudaram, com a taxa básica de juros a 12%.

Um novo ciclo de aperto monetário somente começaria em janeiro de 2015, com alta de 0,25 ponto percentual, sem alteração sobre a semana anterior, mostrou o Focus.

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