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Mercado vê inflação maior em 2018, mas não muda visão sobre Selic estável

13 ago 2018 - 09h06
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O mercado passou a ver mais inflação neste ano, mas manteve a visão de que o Banco Central não vai mexer na Selic tão cedo, em meio ao cenário de fraca atividade econômica.

Vendedor segura placa com preço de fruta em feira de São Paulo 09/12/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Vendedor segura placa com preço de fruta em feira de São Paulo 09/12/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira mostrou que as projeções de alta do IPCA neste ano passaram a 4,15 por cento, frente a 4,11 por cento antes, mas ainda abaixo do centro da meta oficial de 4,50 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para 2019, as estimativas foram mantidas em avanço de 4,10 por cento.

Em julho, o IPCA desacelerou sua alta mensal a 0,33 por cento, após salto de 1,26 por cento no mês anterior devido aos impactos da greve dos caminhoneiros. O movimento de desaceleração já era esperado, mas foi menos intenso do que as projeções de analistas ouvidos pela Reuters, de alta mensal de 0,27 por cento.

Apesar de ver um pouco mais de inflação neste ano, os analistas consultados na pesquisa Focus continuaram projetando que o BC manterá a taxa básica de juros na sua mínima histórica de 6,50 por cento até o final deste ano, mesmo cenário do Top 5, grupo que mais acerta as previsões no levantamento. Para o final de 2019, também foi mantida a estimativa de que a Selic estará em 8 por cento.

Na semana passada, o BC reforçou que o cenário de inflação continuará favorável se não houver choques adicionais. No início deste mês, o BC manteve a taxa básica de juros em 6,50 por cento, ressaltando que a retomada da atividade econômica será ainda mais gradual do que a esperada antes da greve dos caminhoneiros.

Sobre a paralisação, ocorrida no final de maio, o BC assinalou que os efeitos que elevaram a inflação de junho "devem ser temporários".

O levantamento mostrou ainda que as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 foram reduzidas ligeiramente a 1,49 por cento, ante 1,50 antes, com as contas de expansão de 2,50 por cento para 2019 mantidas. Também não mudaram as visões sobre o dólar, a 3,70 reais tanto no fim deste ano quanto no ano que vem.

Na semana passada, o dólar saltou 4,23 por cento e foi acima do patamar de 3,85 reais, interrompendo cinco semanas seguidas de perdas, com maior aversão ao risco na cena externa e maior cautela dos investidores com a proximidade das eleições presidenciais de outubro no Brasil.

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