Mesmo com dívida, Grécia promete aumentar salário mínimo
Novo governo deixou claro que não quer a extensão do acordo atual com a União Europeia e o FMI quando o prazo para o programa de apoio vencer
O governo de esquerda da Grécia apresentou planos para aumentar o salário mínimo neste domingo, dando continuidade a um retrocesso nos termos de austeridade de seu plano internacional de resgate enquanto tentar persuadir uma Europa cética a chegar a um novo acordo de dívida.
Depois de uma primeira semana turbulenta no cargo, o novo governo deixou claro que não quer a extensão do acordo atual com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) quando o prazo para o programa de apoio vencer, em 28 de fevereiro.
Em vez disso, o primeiro-ministro Alexis Tsipras está tentando convencer os parceiros europeus a conceder a Atenas algum espaço para respirar, enquanto busca-se um novo acordo que reduza o peso da dívida da Grécia.
Em casa, onde os gregos têm visto a pobreza e as dificuldades alcançarem níveis inigualáveis em qualquer outro lugar na Europa ocidental, o governo não perdeu tempo em deixar claro sua intenção de respeitar a suas promessas durante a eleição de acabar com anos de dura austeridade.
No domingo, o novo ministro do Trabalho, Panos Skourletis, disse que o governo avançaria com os seus planos para restaurar a negociação coletiva e aumentar o salário mínimo, que foi cortado para 586 euros ante 751 euros por mês no âmbito do acordo de resgate de 2012.
"Temos dito que o restabelecimento do salário mínimo para este nível pode ser um pequeno choque de crescimento para o mercado", disse à televisão grega. "Quando você dá às pessoas com tais rendimentos baixos algum dinheiro, isso vai ser gasto para as necessidades básicas: pão, leite, um par de sapatos", disse ele.
Tsipras deve dar mais detalhes quando ele estabelecer o seu programa no Parlamento nos próximos dias. Skourletis disse que o governo iria discutir os planos de salário mínimo com os sindicatos e os empregadores antes de avançar.
Parceiros europeus, incluindo o chefe do grupo de ministros das Finanças da zona euro Jeroen Dijsselbloem, já deixaram claro que duvidam que o governo de Tsipras possa cumprir as suas promessas eleitorais mantendo as finanças públicas em ordem, mas eles ainda têm de ver os planos detalhados.
O ministro das Finanças Yanis Varoufakis inicia uma ofensiva diplomática em Paris no domingo, onde ele encontra o ministro das Finanças francês, Michel Sapin, e o ministro da Economia, Emmanuel Macron, antes de ir para Londres para encontrar o ministro das Finanças britânico, George Osborne, na segunda-feira.