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'Metas ESG precisam ser parte de um conjunto de ações', diz presidente da Gerdau

Executivo diz que incorporar as métricas à remuneração reforça a importância do tema para a empresa

7 mar 2021 - 05h11
(atualizado em 8/3/2021 às 08h11)
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Entusiasta do tema ESG, o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, vem trazendo uma série de mudanças na Gerdau desde que assumiu a siderúrgica, há três anos. Colocando a sustentabilidade como um dos pilares do negócio, o executivo diz que incorporar as métricas ESG à remuneração reforça a importância do tema para a empresa.

O que muda na administração do dia a dia de uma grande empresa quando parte da remuneração variável passa a ser atrelada a métricas ESG?

A principal mudança é o olhar sobre o tema, que ganha ainda mais relevância. Mas ter a remuneração variável atrelada a métricas ESG é o resultado de mudanças e de decisões que a organização vem tomando nos últimos anos no sentido de dar cada vez mais equilíbrio entre as dimensões ambientais, sociais e de governança e a econômica. Elas representam a materialização de um processo de maturidade interna.

Como foi para você passar a ter neste ano parte da sua remuneração de longo prazo ligada à maior presença de líderes mulheres na empresa e à redução de gás carbônico?

Está sendo um processo de evolução e aprendizado coletivo. Mas é muito satisfatório ver nossos líderes compreenderem e embarcarem nessa jornada. As duas metas ESG que definimos são reconhecidas internamente como fundamentais para nos tornamos uma empresa ainda melhor, mais sustentável e mais inclusiva. As mobilizações e ações para aumentarmos a participação de mulheres em cargos de liderança e reduzirmos nossa emissão de gases de efeito estufa já estavam na agenda. Mas as metas representam a consolidação de uma cultura corporativa de uma empresa que busca ser parte das soluções aos desafios da sociedade. Por isso, ter parte da minha remuneração atrelada a metas ESG é muito positivo, pois nos dá ainda mais clareza do caminho a percorrer numa jornada na qual toda a sociedade ganha.

Já é possível identificar mudanças no olhar dos executivos em relação a esses temas?

Sem dúvida. Não diria que essa mudança se dá exclusivamente pelas metas, mas elas ajudam a reforçar a importância desse tema para a organização. Hoje, ao visitar uma operação, além das questões de segurança, produtividade e eficiência, nossos lideres já incorporaram temas como meio ambiente e diversidade em seus destaques a serem reportados, nas conversas e reflexões com suas equipes.

Há outras medidas possíveis para garantir que esse tema esteja presente na cultura da empresa?

As metas precisam ser parte de um conjunto de ações para que o tema esteja presente na cultura da empresa. Por isso, o primeiro passo deve ser uma reflexão da própria cultura, no sentido de tornar a organização menos hierárquica, mas ágil, transparente e colaborativa, onde as pessoas não tenham receio de sempre aprender, desaprender e reaprender. Em adicional ao trabalho de cultura, destaco a evolução da governança. Desde 2019, por exemplo, o Comitê de Estratégia, ligado ao Conselho de Administração, passou a atuar como Comitê de Estratégia e Sustentabilidade, com o papel de apoiar o conselho na análise dos nossos investimentos e decisões estratégicas também levando em consideração os fatores ambientais, sociais e de governança.

Estadão
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