Além da Faria Lima: Inovenow cresce de forma sustentável com educação empreendedora
Em 4 anos, a edtech cearense impulsionou o desenvolvimento de 2 mil startups e faturou mais de R$ 2,5 milhões
Promover impacto econômico e social por meio da difusão de conhecimento prático sobre empreendedorismo e inovação tecnológica. Esta é a missão da Inovenow, edtech cearense especializada em educação empreendedora. Em 4 anos, a startup fundada pela paraibana Vanessa Pessoa impactou, por meio de suas iniciativas, quase 10 mil pessoas e impulsionou o desenvolvimento de cerca de 2 mil startups no Mato Grosso, Goiás, Amapá, Roraima, Piauí, Ceará, Amazonas e Paraíba.
Formada em Relações Públicas e mestre em Ciências, Tecnologia e Inovação, Vanessa decidiu unir a visão teórica e analítica do mundo acadêmico com a agilidade e inovação das startups para empreender. A desconexão que viu entre as metodologias tradicionais de ensino e a realidade do mercado de inovação, bem como a dificuldade de acesso a conhecimentos práticos sobre esse mercado em regiões fora do Sul e Sudeste deram um empurrãozinho para a criação da edtech em 2018.
Na verdade, antes da Inovenow, ela já havia sentido o gostinho de ter um negócio em 2014, quando criou com um colega um app de entrega de alimentos e bebidas chamado SOS Birita (genial o nome), parecido com o que é o Zé Delivery, da Ambev. A startup foi pré-acelerada em um programa promovido pelo Sebrae em João Pessoa, chegou até a ser lançada na Campus Party, mas não vingou por diversos motivos, principalmente pelo timing errado de mercado.
Bom, a segunda tentativa não só deu certo como chegou a faturar mais de R$ 2,5 milhões em seus 4 anos de vida, sendo que 2022 foi o ano de maior faturamento, de R$ 1,3 milhão. "Todo nosso ganho foi reinvestido no crescimento do negócio. Sempre fomos sustentáveis", conta a CEO.
Escalar pela tecnologia
Os trabalhos da Inovenow começaram com serviços terceirizados de gestão de projetos de inovação para o Sebrae. A companhia desenvolveu metodologias, com workshops, mentorias, demodays; tudo que ajudasse o empreendedor a ingressar no mercado com uma startup mais consistente. Os programas variam entre R$ 50 mil a R$ 200 mil, com duração de 4 a 6 meses.
Com a pandemia e o distanciamento social, os projetos presenciais foram adaptados para o digital. Mas ao mesmo tempo que a mudança gerou crescimento ao negócio e aumento na demanda, a startup viu que não daria conta de atender. "Nos deparamos com o desafio de atender 900 startups simultaneamente. Foi então que nos tornamos uma edtech e decidimos escalar pela tecnologia, desenvolvendo nosso sistema de gestão educacional modular", explica Vanessa.
A plataforma criada funciona como um SaaS e permite criar e gerenciar programas de educação empreendedora como webinars, mentorias, diagnósticos de negócios e atividades de forma ágil, simples, organizada, em um só lugar. Além dessa solução, a Inovenow também desenvolve programas de aceleração empreendedora realizados em conjunto com instituições, universidades, empresas e empreendedores que buscam criar negócios inovadores e disruptivos.
Com o negócio a todo vapor, a edtech se prepara para fazer sua primeira captação, de cerca de R$ 2 milhões, ainda este ano. O aporte, segundo a fundadora, será um movimento estratégico para a startup crescer mais rápido nos próximos 18 meses e adentrar novos Estados como Pará, Bahia e Pernambuco.