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Apesar da crise, número de empregadores aumenta 7,1%

O crescimento no segundo trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior mostra que desempregados estão empreendendo

30 set 2015 - 07h00
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Para onde quer que se olhe, as notícias econômicas parecem ser as piores possíveis. E o dado que mais assusta as pessoas é mesmo o de desemprego, que, em agosto, atingiu 7,6%, segundo o IBGE, o menor patamar para um mês desde 2009. No entanto, na contramão do pessimismo, o número de empregadores apresentou crescimento no segundo trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).

Planeje-se para evitar o trauma das sucessões familiares

"Em relação à população economicamente ativa, os dados mostraram uma variação positiva de 7,1% na participação do grupo 'empregador', que são aqueles que empregam ao menos uma pessoa", diz Cimar Azeredo, coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pela pesquisa.

O número de empregadores na população economicamente ativa subiu 7,1% no segundo trimestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Pessoas que perdem o emprego com carteira assinada estariam aproveitando para empreender
O número de empregadores na população economicamente ativa subiu 7,1% no segundo trimestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Pessoas que perdem o emprego com carteira assinada estariam aproveitando para empreender
Foto: Zurijeta/Shutterstock

Segundo ele, o movimento de alta no grupo 'empregador' teria relação com a queda tanto do emprego formal quanto informal, que variaram negativamente 2,6% e 2,4%, respectivamente, no período analisado. 

"As pessoas que ficam desempregadas estão usando recursos como o FGTS e o seguro-desemprego para investir no próprio negócio", afirma Azeredo. 

Esse movimento de abertura de empresas também estaria se beneficiando do fato de que, nos anos de prosperidade, houve um aumento significativo nos postos com carteira assinada, que agora estão sumindo. "A formalização anterior colocou muito mais gente sob o guarda-chuva dos instrumentos de seguridade social", acrescenta o coordenador do IBGE.

Se esse movimento parece surpreendente, ele, na verdade, já era esperado por quem trabalha diretamente com micro e pequenas empresas. "Em momentos de crise, a demanda geral cai, mas no Sebrae aumenta significativamente, por causa tanto dos empresários, que querem se preparar melhor para a crise, quanto por causa de pessoas que aproveitam para abrir seu negócio", relata, por sua vez, o gerente de atendimento individual da entidade, Enio Pinto.

"Depois da crise de 2008, por exemplo, houve um ponto bem fora da curva em 2009 no número de pessoas que empreenderam", continua o representante do Sebrae. 

O crescimento do empreendedorismo, por sinal, é ainda maior do que aquele representado pelo grupo 'empregado'. A Pnad Contínua tem o grupo 'conta própria', que também aumentou 4,7% no segundo trimestre deste ano em relação ao ano passado. "Nesta categoria estão, por exemplo, os microempreendedores individuais que não tem nenhum empregado", emenda Azeredo.

Se as notícias parecem boas demais, Enio Pinto, com a experiência de outras crises, trata de fazer uma ressalva. "Há dois tipos de empreendedores: aqueles que o fazem por oportunidade, e os que o fazem por necessidade, para sobreviver. Este último não se planeja, e são eles que engrossam as estatísticas de mortalidade precoce das pequenas empresas ", diz o gerente do Sebrae.

Portanto, se você também viu na perda do emprego uma oportunidade para empreender, planeje-se bem antes de fazer do limão uma limonada. 

Fonte: PrimaPagina
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