Estratégias Digitais Revolucionam Mercado em 2022
Veja quais são as tendências que estão se tornando realidade no universo das negociações de automóveis no país e no mundo.
Enquanto algumas empresas não conseguiram suportar a recessão econômica causada pela pandemia de Covid-19, outras se posicionaram convictamente em relação ao mercado digital e descobriram uma nova forma de levar recursos para dentro do negócio.
Um exemplo do quanto as coisas mudaram desde o anúncio da pandemia global foi o encerramento de atividades de algumas das maiores fábricas de automóveis do país, causado, entre outras coisas, pela dificuldade de operacionalizar em épocas de distanciamento social.
Esse fechamento de fábricas, no entanto, não impediu que o comércio de veículos continuasse acontecendo o mais rápido possível, afinal, o Brasil é o terceiro maior mercado do mundo quando se fala de compra e venda de carros usados e seminovos. São cerca de 10 milhões de negociações completadas por ano e a maior parte delas ocorre fora das concessionárias, entre pessoas físicas.
Olhar para esses números traz uma ideia de quanta oportunidade existe para empresas e empreendedores apostarem nesse segmento de negócio, afinal, há cerca de 4 milhões de vendas que poderiam estar sendo “abocanhadas” pelo empresariado e estão acontecendo de forma unitária e direta. Mas, engana-se quem olha para esses números e pensa que abrir uma concessionária é o grande negócio do século.
Mudança no Varejo é Caminho sem Volta
O modelo convencional de varejo continua funcionando, mas ele não é mais a única forma de prospectar ou finalizar uma venda, e essa tendência não deve regredir ao longo dos anos. Muito pelo contrário.
Uma matéria publicada recentemente em um site especializado em análise de veículos, revelou que entre um grande número de pessoas entrevistadas, 89% haviam informado terem desejo de comprar um carro novo, mas que dentro deste grupo, 45% desistiram da compra por questões de insegurança financeira causada pela pandemia.
Grande parte dos que insistiram no objetivo e compraram um veículo, optaram por mudar os planos e realizar a compra de um carro usado ou seminovo. Outros buscaram pelos modelos listados como populares, ou de entrada.
Essa lista contém alguns dos veículos mais comprados desde o início da pandemia e todos figuram com preços abaixo de R$100 mil, mas muita gente precisou se comprometer em parcelas por 4 ou 5 anos para conseguir realizar o sonho de comprar um carro, mesmo optando pelos modelos com os menores valores.
Mas, o que importa de fato para esta matéria, não é exatamente quanto os brasileiros conseguiram investir em seus carros, mas sim o outro lado dessa negociação: quanto os vendedores conseguiram faturar com essas transações e que estratégias utilizaram para não permitir que a pandemia fizesse que seus empreendimentos naufragassem?
Para falar sobre isso, é inevitável compreender que o Brasil está vivenciando uma experiência cada vez mais digital. Um exemplo prático é que acontece na bancarização, em que cada vez mais correntistas dispensam a necessidade de ter um banco físico e resolvem tudo que precisam através do celular.
Vender Não é a Única Forma de Faturar
Compras de roupas, cosméticos, joias, presentes, passagens aéreas, reservas de hotéis e até universidades são feitas de forma totalmente online, e levar isso em conta é inevitável para quem quer ter um negócio rentável no ramo automotivo.
Hoje, existem inúmeras outras formas de se envolver no varejo sem vender absolutamente nada.
Para exemplificar esta afirmação, pode-se falar a respeito dos aplicativos de entregas de refeições, que não produzem ou comercializam alimentação, mas faturam (e muito) com a negociação de lanches, pizzas e outros itens do segmento. O mesmo vale para aplicativos de entregas de compras de supermercado e farmácias, e claro, para a maior companhia de transporte terrestre do mundo, que não possui sequer um veículo em sua frota, mas fatura uma verdadeira fortuna através de serviços de transporte.
No ramo automotivo, não poderia ser diferente.
Com o aumento do número de empresas de aluguel de veículos, da facilidade de solicitar um carro com motorista para transporte para qualquer lugar e até com a disponibilidade de apps que fazem viagens compartilhadas, foi e continua sendo necessário que o mercado de automóveis se reformule e passe a conversar com seus clientes, não apenas permitindo que eles acessem um e-commerce e comprem um carro através do computador ou do celular, mas criando novos meios de fazê-lo perceber vantagens em uma negociação intermediada, de forma que ele não faça parte dos 4 milhões que farão uma compra ou venda de um veículo sem a participação de nenhum terceiro.
Pandemia Global Impulsionou o Avanço Digital
O distanciamento social e a quarentena impulsionaram intensamente o avanço tecnológico e digital do segmento automotivo, até mesmo para as empresas que estavam satisfeitas (até a chegada da pandemia) com o seu resultado nas vendas presenciais de varejo, e muitas coisas começaram a mudar.
As empresas do mercado automotivo aumentaram, em média, 10% dos seus investimentos em plataformas digitais entre abril e maio de 2020, e nesse mesmo período houve um aumento de 35% no número de lojas que compraram veículos pela internet com o objetivo de reforçar o estoque.
Evento recente, em São Paulo, reuniu mais de 100 especialistas em marketing automotivo para falar sobre as tendências e estratégias que devem possibilitar que as indústrias e comércios do setor consigam se comunicar com seu público alvo e ampliar seu percentual de participação nas vendas.
Algumas conclusões a que chegaram, podem se estender para quem atua no setor mas não teve a oportunidade de comparecer ao evento para discutir o tema. Abaixo, a lista de tendências favoráveis para o marketing automotivo desse e dos próximos anos:
· Utilizar o storytelling para seduzir e envolver o cliente;
· Contar com influenciadores digitais para divulgar essas histórias e gerar engajamento em torno da marca;
· Investir em modelos elétricos para se comunicar com a nova geração, que é mais presente no mundo digital e mais conectada com as questões ambientais e ecológicas.
· Ampliar as aplicações da realidade virtual para demonstração, experimentação, simulação de uso, test-drive e outras possibilidades que reforcem o marketing dos itens negociados.
· Desenvolver e/ou aproveitar novas formas de inteligência artificial para criar experiências e aproximar o cliente dos produtos da marca.
· Criar estratégias que aproveitem as oportunidades criadas dentro do metaverso.
Ainda não existe uma estratégia totalmente validada para o marketing digital no segmento automotivo, mas acredita-se fortemente que é preciso haver uma aceleração da presença das marcas no universo virtual, para continuar fazendo bons negócios no universo físico.
Redação por Bruna Bozano.
Fontes: