O segredo das boas histórias: o que são os arcos emocionais
Na nossa conversa de hoje, vou falar sobre os seis arcos emocionais de Reagan.
Pense nos filmes, livros, séries de TV, quadrinhos e outras narrativas que você mais gosta: será que elas têm algo em comum, além do fato de contarem boas histórias?
O norte-americano Andrew Reagan utilizou um programa de computador para analisar mais de 1700 livros de ficção. Os motivos? Identificar se eles tinham um padrão entre si ou, em outras palavras, verificar quais são as estratégias para escrever uma boa história, uma boa narrativa.
Reagan identificou seis tipos de trajetórias básicas que, segundo ele, são usadas em todos os livros, filmes, séries e outros meios de contar narrativas. A essas tais “trajetórias”, ele definiu como “arcos emocionais”, ou seja, gráficos que mostram o estado emocional dos personagens, sobretudo, do protagonista.
Mas por que estou falando tudo isso, Speaker? Oras, comunicar-se bem é, em suma, saber contar boas histórias! Seja em apresentações em público, discursos ou outros tipos de exposições orais. Tanto é assim que, hoje, executivos de grandes empresas estão buscando alternativas para contar histórias, indo, por exemplo, a cursos de teatro ou de improvisação.
Na nossa conversa de hoje, vou falar sobre os seis arcos emocionais de Reagan. Conhecer o que são é uma forma de encontrar estratégias para que você, Speaker, possa contar boas histórias! Vamos lá?
1. Histórias de ascensão
Essas histórias talvez sejam as mais clássicas e se baseiam em personagens que ascendem em suas vidas. Destaco que nem sempre essa ascensão é social (alguém que era pobre e ficou rico), mas, sim, de conseguir superar algo adverso e, ao final, ser bem-sucedido. Grande parte das histórias da Disney utilizam essa forma de narrativa! Um bom exemplo é o clássico conto da Branca de Neve, popularizado pelo filme da Disney.
2. Histórias de quedas (tragédias)
Esse tipo de narrativa é o oposto daquela que vimos no tópico anterior. Aqui, o personagem principal começa a história em uma posição feliz e, ao final, encara uma grande tragédia. O exemplo mais clássico de histórias desse tipo é Romeu e Julieta, mas outras, como Titanic, também utilizaram essa estratégia e acabaram tendo recordes de bilheteria e audiência.
3. Histórias de queda e ascensão
Já as narrativas de queda e ascensão utilizam as duas estratégias dos tópicos anteriores. Aqui, o personagem começa a história em uma posição favorável, mas sofre algum tipo de adversidade no meio do caminho. Ao final, consegue se recuperar e, na maioria das vezes, estar muito melhor do que quando estava no princípio da narrativa. O mágico de Oz e boa parte das famosas comédias românticas seguem esse tipo de arco emocional para descrever a trajetória de seus personagens.
4. Histórias de ascensão e queda
Histórias desse tipo têm estratégia oposta ao do tópico anterior. Nelas, o personagem inicia a narrativa saindo de uma posição adversa, superando algum obstáculo, mas, devido à alguma circunstância, volta à sua posição original, geralmente até pior do que quando começou. Histórias que se baseiam em trajetórias dos chamados “vilões” ou “anti-heróis” utilizam esses arcos emocionais.
5. Ascensão, queda e ascensão
Personagens que, logo no início da narrativa, conseguem superar algum problema e alcançar um grande objetivo, mas que, pouco depois, voltam a cair para só ascender novamente no fim da história. Essas são as curvas desse tipo de estratégia, também muito utilizada em filmes, séries e livros atuais. Clássicas histórias de crises econômicas, por exemplo, costumam utilizar essa forma de abordagem.
6. Queda, ascensão e queda
Com os personagens dessa história, acontece o oposto do que com aqueles do tópico anterior. Eles já iniciam a narrativa vivenciando alguma adversidade, logram superá-la e, no fim, sofrem outra queda e terminam de uma forma igual ou ainda pior que antes.
Se pararmos para pensar nos seis arcos emocionais que vimos até aqui, não é difícil perceber que uma boa história traz consigo um problema e uma mudança significativa na vida do personagem, seja para melhor ou para pior e, ainda, de forma definitiva ou somente temporária.
Como aplicar isso em minhas situações de exposição de fala? O primeiro passo é lembrar que uma história, independentemente do arco emocional que utiliza, é algo que desperta o interesse da sua audiência, portanto, é uma excelente forma de abordagem.
Depois disso, tenha em mente que a história que você contará precisa ter um propósito dentro da sua apresentação, agindo, assim, para o seu call to action. O que isso quer dizer? Não adianta apenas contar uma excelente história, se ela não tiver nenhuma relação com o conteúdo da sua fala, ok? Pense nisso!
Até a próxima, Speaker!
Fonte:
https://www.thespeaker.com.br/como-contar-boas-historias-arcos-emocionais/