Buscando diferencial, bares abrem espaço para pets
De olho em donos cada vez mais apegados a seus animais de estimação, estabelecimentos oferecem até cerveja e menu para cachorros
Os animais de estimação estão cada vez mais sendo tratados como membros da família por seus donos. Em resposta a esta tendência, muitos bares e restaurantes estão se tornando mais flexíveis à presença de pets e até mesmo abrindo espaço para eles na montagem do cardápio.
Como uma pequena empresa pode atrair e reter talentos?
André Lazzarotto, sócio do bar e restaurante Alto da Harmonia, de São Paulo, explica que o estabelecimento, localizado no bairro de Vila Madalena, optou por incluir os pets desde sua inauguração, no final de 2012. “Todos os sócios são apaixonados por animais. Nosso desejo era criar um ambiente onde o dono não tivesse pressa para voltar para casa. Daí a ideia foi crescendo e acabamos sendo pioneiros em oferecer o mesmo menu para humanos e cachorros, incluindo comidas integrais e legumes”, recorda.
Os animais podem permanecer no jardim ou no terraço. Graças à iniciativa, a aceitação de animais acabou se tornando uma marca do estabelecimento, que já chegou a receber até cacatuas, papagaios e tartarugas. “É algo que gera mídia espontânea, ajuda a promover o negócio, e ao mesmo tempo gera um clima muito amistoso e de carinho. Os bichos transcendem o astral do ambiente, fazendo com que todos interajam muito mais”, completa.
Outro espaço paulistano onde os cães são bem-vindos é o BrewDog Bar, no bairro de Pinheiros. De acordo com Paulo Farkas Bitelman, um dos sócios do local, a iniciativa veio como uma consequência do estilo de vida que a marca busca passar. “Está no DNA da empresa, que é uma cervejaria escocesa. Eles sempre prezaram pela informalidade, tanto é que nomearam um labrador como CEO assim que o negócio foi criado. Permitir a circulação de animais no bar vai de encontro a esta ideia”, diz.
O bar permite que os animais fiquem em qualquer espaço, exceto nas proximidades da cozinha e do estoque. O estabelecimento também oferece uma cerveja sem álcool que alguns donos pedem para seus cachorros, mas não serve nenhum alimento para os bichos. “O bairro tem muita gente com animais, e a aceitação acabou sendo maior do que imaginávamos. Virou um ponto de encontro”, afirma Bitelman.
Em Curitiba, os estabelecimentos também estão se tornando mais abertos aos pets. Um exemplo é o Belleville Bar, no bairro São Lourenço, que desde a inauguração, em 2010, aceita animais nas áreas externas. “Temos um espaço externo amplo, que permite isso. Eu também tenho cachorro, e venho com ele nos dias de folga. Acabou virando uma tradição da casa”, afirma Andressa Fernandes, uma das sócias do estabelecimento.
Além de servir água em um potinho, os animais que visitam o bar também podem ter acesso a biscoitos. Andressa acrescenta que não existe restrição de porte, a única regra é que o pet não pode incomodar os demais clientes. “Nunca tivemos reclamação, é algo que todo mundo gosta. Como hoje as pessoas são muito apegadas aos animais, se você restringe acaba perdendo clientes”, diz a empresária.