Celcoin lança "open BaaS" para ser one-stop-shop em serviços financeiros
Empresa quer se firmar como um player completo para fintechs e empresas interessadas em embedded finance
A Celcoin, que fez o seu nome no mercado nacional através da oferta de serviços e infraestrutura financeira B2B, está expandindo seu leque de soluções para se firmar como um player completo para fintechs e empresas que desejam incluir camadas de finanças em seus sistemas. A empresa anunciou o lançamento de sua oferta de Banking as a Service (BaaS).
A nova camada permite que qualquer empresa possa usar uma estrutura de contas vinculada a uma licença bancária interligando todas as APIs construídas pela Celcoin. Segundo a empresa, antes, muitos clientes precisavam recorrer a outras soluções ou desenvolver internamente a sua camada de gestão de contas.
"Construímos um 'open BaaS', um conjunto de APIs abertas, que suporta as operações de PIX e open finance, com conectividade nativa com diferentes serviços e meios de pagamento, e a flexibilidade de permitir que nossos clientes possam construir e embutir operações financeiras (embedded finance)", explica Thiago Zaninotti, CTO da Celcoin, em nota ao Startups.
Para o CEO da Celcoin, Marcelo França, a nova oferta é a evolução natural do trabalho da companhia, que surgiu em 2016 criando APIs e serviços financeiros de pagamentos e integração bancária para empresas. Segundo ele, o BaaS coloca a Celcoin como um one-stop-shop destas soluções, especialmente para atender o crescente mercado de fintechs no mercado nacional.
"Já atendemos de forma muito forte as fintechs e empresas de serviços financeiros. Hoje estamos também atendendo muitas empresas não financeiras que estão adotando o embedded finance, e esperamos avançar nesta agenda", afirmou Marcelo, em entrevista ao Startups.
Atualmente, a Celcoin atende cerca de 250 fintechs e 2,7 mil empresas com seus serviços financeiros. Com a oferta do BaaS, a empresa tem planos de intensificar seu cross-sell, atraindo players que estão pensando em incluir serviços bancários dentro de suas soluções. "Temos um potencial grande de crescer em novos segmentos, até mesmo em negócios não financeiros. Foi inclusive uma demanda de alguns de nossos clientes", pontua Marcelo, sem dar maiores detalhes sobre números e metas de crescimento.
Um consolidador do mercado
Com o novo posicionamento, Marcelo afirma que a Celcoin está pronta para se tornar um dos players consolidadores no segmento de infraestrutura financeira e bancária. Para o CEO, com o tempo mais empresas buscarão camadas financeiras em suas soluções, mas preferirão os players capazes de entregar os pacotes mais completos de soluções.
"A gente quer ser o anco invisível por tras de todas estas iniciativas, pois eles vão precisar de uma infra prática, sem preocupações regulatórias e fácil de operar", explica Marcelo.
Em linha com este plano, a Celcoin já vem há tempos anunciando que está de olho no mercado para fusões e aquisições. Em abril a empresa levantou um aporte de R$ 85 milhões feito pela gestora Innova Capital - que já investiu em empresas como Movile, ClearSale, Bom Pra Crédito, além do SPAC da Alpha Capital, focado em empresas de tecnologia.
A rodada se deu 8 meses após a Celcoin levantar R$ 55 milhões, trazendo a Sinqia - via Torq Ventures, o CVC da companhia - para o captable. Na lista de investidores, a fintech tem ainda a gestora Vox Capital e boostLAB, do BTG Pactual. Quanto aos M&As, em janeiro a Celcoin comprou a Galax Pay, que tem soluções de cobrança recorrente e subadquirência. Um mês depois, adquiriu a Flow Finance, para avançar em crédito.
Desde a rodada de R$ 85 milhões, a Celcoin ainda não anunciou nenhuma nova aquisição. Questionado pela reportagem do Startups, Marcelo garante que novas aquisições estão em análise. "Estamos na expectiva de divulgar nosos negócios em breve", afirmou o CEO, sem entrar em detalhes.