CESAR faz 27 anos com esforços concentrados em IA generativa
Centro de inovação vai investir R$ 1,6 mi para se consolidar como referência global em pesquisa e educação sobre a tecnologia
Em suas quase três décadas transformando a vida de pessoas e impulsionando startups e organizações, o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) tem evoluído suas iniciativas e posicionamento na mesma medida que avançam as tecnologias. Nesta semana em que o centro de inovação completa 27 anos, o Startups foi conhecer de perto toda a infraestrutura do local estabelecido no Porto Digital e ficar por dentro das novidades para este ano.
Antes de falar mais sobre o que vem de novo por aí, vale o registro com as minhas impressões ao adentrar o ambiente da sede e da CESAR School, escola de inovação do centro criada em 2007 e que há cinco anos oferece cursos de graduação, pós-graduação, extensão e mestrado - em 2022, o primeiro doutorado profissional em engenharia de software do Brasil foi lançado pela instituição.
É impressionante como, tanto os colaboradores e especialistas do centro, quanto os alunos e professores da escola amam e sentem orgulho daquele lugar. A empolgação e respeito por todo trabalho feito pelo CESAR em quase 30 anos transparece nos olhos e na fala (com aquele sotaque delicioso) daqueles que fazem parte de um local que transpira inovação e jovialidade por suas salas, laboratórios, auditórios e corredores com uma decoração muito estilosa, aliás.
Novo olhar para a IA generativa
Voltando às novidades do CESAR, este ano o centro vai trabalhar em ações para se consolidar como referência global em pesquisa, experimentação, design, inovação e desenvolvimento de novos casos de uso em IA generativa, técnica por trás de ferramentas como ChatGPT, que prometem automatizar atividades das empresas em um futuro próximo. Para tal, a instituição investirá R$ 1,6 milhão em estudo aplicado ao tema e acaba de lançar o positioning paper 'A era da IA generativa chegou - e transformará tudo'.
O material, que pode ser acessado aqui, traz a opinião de desenvolvedores, engenheiros de software e designers do CESAR e professores da CESAR School e o posicionamento da instituição em relação às mudanças causadas pela IA generativa nas áreas de design, educação e tecnologia, especialmente desenvolvimento de software.
Não vai demorar muito para cada vez mais programadores e designers do mundo se tornarem nativos dessa tecnologia, por isso, o CESAR quer desempenhar um papel essencial na pesquisa, compreensão e educação de mais pessoas sobre o tema. O intuito é ser modelo no desenvolvimento de metodologias que possam contribuir para o mercado direcionar seus negócios com mais assertividade.
"Investiremos na criação de ações para alavancar o desenvolvimento da IA generativa e entender seus impactos na educação, programação e design. Acreditamos estarmos em um novo ponto de inflexão e queremos estar na vanguarda desta tecnologia para estas três áreas", diz César França, head de conhecimento do CESAR. As ações previstas incluem eventos para instigar debates, a criação de cursos de especialização e extensão para empresas do ecossistema (a partir do segundo semestre), whitepapers e artigos científicos, dentre outras.
"A IA generativa vai desempenhar um papel central em nossos cursos avançados em tecnologia digital para o empreendedorismo e em nosso trabalho de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Trabalharemos para acelerar o conhecimento tecnológico, desenvolver novas abordagens e impulsionar a produção de inovação para os clientes", acrescenta o CEO do CESAR, Eduardo Peixoto.
De aceleradora à venture builder
Ao longo dos seus 27 anos, o CESAR vem construindo uma história de desenvolvimento e aceleração de soluções para o mercado, em parceria com startups e corporações. No entanto, a partir do ano passado, o centro decidiu direcionar o trabalho feito com startups para um novo caminho.
"Em 2022 decidimos passar a atuar também como uma venture builder e não só como aceleradora e mentora de startups. Criamos um programa de impulsionamento de empresas em estágio inicial provendo acesso à recursos de fomento, treinamento e capacitação, conexões com o ecossistema, dentre outras ações", comenta Augusto Galvão, diretor executivo do CESAR Labs. A projeção para 2023 é de alavancar 300 startups e, até 2026, ampliar esse número para 2 mil.
Ainda segundo Augusto, o CESAR vai investir um total de R$ 3 milhões em seis startups neste ano, em parceria com uma rede de coinvestidores formada por investidores anjo e fundos. No ano passado, uma das startups agraciadas por um aporte feito pelo centro junto a investidores anjo foi a Allug, startup de aluguel de equipamentos de TI que recebeu R$ 4 milhões.
Outros cases de orgulho para o centro de inovação recifense foram o projeto de aceleração da cearense Tallos, adquirida em 2022 pela RD Station por R$ 6,7 milhões, e também a Neurotech, empresa que cria soluções de inteligência artificial, machine learning e big data, adquirida pela B3 recentemente e que foi incubada pelo CESAR.
Atualmente, mais de 1.200 colaboradores contribuem para o sucesso do CESAR, que vem faturando mais de R$ 377 milhões ao ano e já realizou mais de 3 mil projetos, para mais de 100 clientes. Além da matriz recifense, hoje o centro de inovação tem regionais nas cidades de Curitiba (PR), Sorocaba (SP) e Manaus (AM), atuando também em São Paulo e Rio de Janeiro e internacionalmente na Flórida. Em abril deste ano, o centro abriu operação em Portugal, na cidade de Aveiro, sob o nome CESARE (CESAR Europa).
*A jornalista viajou a Recife a convite do CESAR