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Classe C aquece mercado de viagens de intercâmbio

Em algumas agências, essa clientela já representa 70% dos negócios; público prefere parcelamento e orientações mais detalhadas

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 Para empresas que atuam no setor, há uma demanda reprimida de pessoas da classe C interessada em fazer intercâmbio
Para empresas que atuam no setor, há uma demanda reprimida de pessoas da classe C interessada em fazer intercâmbio
Foto: Monkey Business Images / Shutterstock
Que a classe C vem impulsionando o turismo, não é novidade. Nos cartões-postais de Buenos Aires e Montevidéu e nos parques temáticos norte-americanos é comum encontrar brasileiros com perfil diferente do que predominava décadas atrás. Agora, essa faixa de renda está ajudando a impulsionar outro ramo turístico: os intercâmbios para o exterior – um segmento que saltou 30% em 2013 e deve crescer 15% em 2014, segundo estimativa da Associação Brasileira de Operadores de Viagens Educacionais e Culturais.

A Central de Intercâmbio (CI), no mercado desde 1988, tem observado o crescimento dessa clientela nos últimos três anos: cerca de 20% de quem fecha negócio com a empresa vem da classe C. E a previsão do diretor de vendas, Jan Wrede, é de que em breve a fatia chegue a 35% ou 40%.

O principal objetivo das viagens é aprimorar a fluência em um segundo idioma (sobretudo inglês) e aumentar as chances de crescimento profissional. Não à toa, os destinos mais procurados são Inglaterra (pela facilidade do visto), Canadá (pela relação entre custo e benefício) e Estados Unidos (por entenderem que é o destino principal para aprender o idioma). O intercâmbio dura em média um mês, e os gastos geralmente ficam entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.

Esse novo público adquiriu tal importância que virou o foco principal da franquia de intercâmbios Global Study, fundada em 2007: 70% dos clientes são da classe C. O CEO e fundador empresa, Flávio Imamura, confirma que o interesse maior é por cursos de curta duração. Mas diz que, na sua agência, a maioria busca destinos como a Irlanda e a Austrália, onde é permitido trabalhar enquanto se estuda. “São estudantes, geralmente, de 20 a 34 anos, que já estão empregados e pagam a própria viagem. Os cursos mais procurados são os de inglês geral, como primeiro passo.” Nos casos de quem consegue trabalhar durante o intercâmbio, o período de estadia é maior: três meses a um ano.

Um procedimento fundamental nesse ramo é parcelar o valor do programa na própria agência. “Até com juros, para que seja adequada à composição orçamentária”, diz Wrede. É comum os alunos se planejaram para quitar a viagem antes de iniciar o intercâmbio. “É preciso parceiros que ofereçam um bom custo-benefício, ou seja, serviço de qualidade com um valor acessível. Também é muito importante o marketing voltado para esse público”, aconselha Imamura para aqueles que querem entrar nesse nicho.

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O diretor da CI ressalta que, usualmente, o intercâmbio é a primeira viagem dessas pessoas ao exterior. É preciso, portanto, dar um apoio maior: dicas de como se comportar na entrevista no consulado, explicações sobre a dinâmica de uma viagem internacional e de como se deslocar do aeroporto até o alojamento. As orientações para tirar visto têm de ser mais detalhadas – até porque se trata de uma clientela que nem sempre tem facilidade em comprovar renda nem tem o perfil típico dos viajantes.

Imamura comenta que há demanda em vários estados – mesmo em municípios do interior, que não têm agências de intercâmbio. “Eles [classe C] vêm como uma grande demanda. Quem não for capaz de entendê-los e atendê-los vai perder negócio”, resume Wrede.

Fonte: PrimaPagina
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