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Com fundo de US$ 10 mi, Globant mira startups com 'tecnologia do bem'

BeKind Tech realizará aportes seed entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão agora também no Brasil

21 set 2022 - 11h43
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Em novembro do ano passado, a empresa de tecnologia Globant anunciou o lançamento do seu fundo BeKind Tech Fund. O veículo é gerido pelo braço de investimento Globant Ventures, e prevê investir US$ 10 milhões em empresas em estágio inicial, com aportes seed entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão. Com exclusividade ao Startups, a companhia anunciou que o fundo, inicialmente focado em negócios fora do país, agora atuará também no Brasil.

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Foto: Canva / Startups

A proposta é apoiar startups que lidam com o uso indevido de tecnologia. Cyberbullying, assédio online, privacidade e segurança de dados, inteligência artificial gerando falsos resultados, abuso do tempo de tela, entre outros. "O fundo nasceu com a ideia de ajudar pessoas, organizações e o planeta a mitigar riscos e malefícios causados pela tecnologia", explica Cristiano Lamberti, diretor-geral da Globant no Brasil.

O executivo analisa que o ecossistema de startups no Brasil passou por um forte amadurecimento na última década, tornando-se cada vez mais atraente para fundos e corporações internacionais. Ele ressalta ainda o alto volume de empresas no país e o potencial de mercado que elas apresentam.

Cristiano descreve o momento da Globant no Brasil como estratégico. Por aqui, a companhia tem quase mil colaboradores de um total de 25 mil espalhados pelo mundo. Cristiano entrou na empresa no ano passado depois de passagens pela Oracle e HBS Alumni Angels of Brazil, associação de investidores anjos formada por ex-alunos da Harvard Business School. "O mercado brasileiro é de muita atenção para a Globant e queremos crescer muito na região, trazendo todos os nossos tentáculos", pontua Cristiano.

O diretor diz que a companhia segue evoluindo, mesmo com o momento atual do mercado, caracterizado pelo aumento das taxas de juros e incertezas macroeconômicas. "O cenário global não mudou nossa estratégia", afirma.

Além das iniciativas de investimento, a Globant também está reforçando sua estratégia global de crescimento inorgânico, por meio de fusões e aquisições. Em abril, a companhia adquiriu a plataforma low-code GeneXus para impulsionar a transformação dos negócios. "A escassez de mão de obra de tecnologia também tem sido benéfica para a Globant, porque temos a oportunidade de contratar melhor. Seguimos contratando e treinando [essas pessoas]", completa Cristiano.

Cristiano Lamberti, diretor-geral da Globant no Brasil.
Cristiano Lamberti, diretor-geral da Globant no Brasil.
Foto: Divulgação / Startups

Estratégias do BeKind

Antes de olhar para o Brasil, o BeKind Tech Fund foi lançado nos Estados Unidos, principal mercado da Globant. Recentemente, o fundo anunciou sua primeira investida: a Ping, startup norte-americana que desenvolveu uma plataforma de voz para eliminar a distração de motoristas, permitindo que as mensagens e os e-mails sejam lidos em voz alta em mais de 105 idiomas para ampliar a segurança ao dirigir. No total, a Ping levantou US$ 5 milhões com a Globant e outros investidores.

Por sinal, coinvestir com outras instituições é um dos objetivos da Globant. O fundo conta com a parceria da Endeavor, LAVCA (Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital), Newlab e da The George Washington University, além de Riverwood Capital, IDB Lab, Nazca e o The Center for Humane Technology como assessor. Segundo Cristiano, esses parceiros ajudarão a aumentar o tamanho do ticket nas rodadas e apoiar o fomento das startups.

"Queremos criar uma grande consciência no mercado de que algo precisa ser feito [em relação aos usos indevidos da tecnologia]. Às vezes é uma sacada de um empreendedor que resolve um problema grave no mundo", afirma o executivo. Ele acrescenta que os parceiros ajudarão a gerar a consciência em suas comunidades e divulgar as reflexões. A Globant ressalta a crença de que a tecnologia é inerente boa e, quando aplicada corretamente, tem o potencial de melhorar a vida de pessoas, comunidades e do planeta de forma geral.

A companhia não tem uma meta de investimentos a serem realizados. O número de deals vai depender das propostas e oportunidades que surgirem. "Temos operações em todos os continentes e mais de 20 países, mas não há uma meta regional. Precisamos de boas histórias e bons negócios", afirma Cristiano. Além do Brasil e dos Estados Unidos, a companhia atua no México, Canadá, Chile, Colômbia, Alemanha, Reino Unido, Argentina, entre outros.

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