Comércio e serviços puxam peso das pequenas empresas no PIB
Micro e pequenas indústrias, no entanto, decepcionam e reduzem participação no total das riquezas geradas no país ao longo da última década
Uma pesquisa recente realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que a participação das micro e pequenas empresas na economia brasileira deu um salto ao longo da última década. Se em 2001 elas respondiam por 23,2% do PIB, em 2011 elas já eram responsáveis por 27% de todas as riquezas geradas no Brasil. A mesma pesquisa, no entanto, mostrou que esse crescimento não se deu em todos os setores da economia. Enquanto as micro e pequenas empresas aumentaram sua participação no comércio e nos serviços, sua importância relativa caiu no setor industrial.
Essa discrepância aparece claramente quando se olha para a trajetória da participação das micro e pequenas empresas de cada setor no total do PIB. No comércio, essa participação era de 8,3% em 2001 e passou para 10% em 2011. No setor de serviços, pulou de 6,8% para 9,1% no mesmo período. Já na indústria, houve queda de 8,1% para 7,8% nesses dez anos.
A menor participação das micro e pequenas indústrias no total do PIB pode ser consequência do baixo poder de mercado dos negócios desse porte, afirma a professora Maria Carolina de Souza, do Instituto de Economia da Unicamp. Segundo ela, por conta desse baixo poder de mercado, as possibilidades dessas empresas de repassar os custos aos preços ficam limitadas.
Já o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, acredita que os números dos pequenos negócios sejam apenas reflexo da perda de espaço do setor industrial como um todo. “O comércio e os serviços estão aumentando a sua participação em toda a economia. Assim, é natural que a fatia deles no PIB cresça mais do que a da indústria. Quando analisamos o total das micro e pequenas empresas, verificamos que o comércio representa quase metade, com 49%, e o setor de serviços vem logo atrás, com 35%”, afirma ele.