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Compostagem diminui impacto ambiental e custos com plantação

Processo transforma lixo orgânico em adubo, diminuindo os custos de pousadas e restaurantes que têm hortas ou jardins

23 jun 2014 - 08h00
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A compostagem transforma lixo orgânico em adubo, e ajuda restaurantes e pousadas a diminuir o impacto ambiental de seus detritos, ao mesmo tempo em que economiza com insumos para hortas e jardins
A compostagem transforma lixo orgânico em adubo, e ajuda restaurantes e pousadas a diminuir o impacto ambiental de seus detritos, ao mesmo tempo em que economiza com insumos para hortas e jardins
Foto: Shutterstock

Quem serve refeições tem pelo menos duas atividades. A primeira é o próprio ramo em que atua (restaurante, hotel, pousada), a outra, quase sempre ignorada, é a fabricação de lixo. Restos de refeição e sobras de cozinha acumulam-se diariamente, gerando vários quilos de detritos, que implicam duplo custo: para o próprio negócio e para o meio ambiente.

Em estabelecimentos que produzem sua própria comida (ou pelo menos parte dela), uma das maneiras de reduzir diminuir esse impacto é aderir à compostagem, que transforma material orgânico em adubo para fazer alimento bom e saudável. Essa foi a saída adotada, por exemplo, pelo restaurante Mariza, em Vilhena (RO). “Nós produzimos muito lixo orgânico, cerca de 150 quilos por dia, e causa muito problema colocar tudo isso na rua”, diz o proprietário, João Luiz Nunes. “Resolvi fazer adubo com todo esse material, e montei duas composteiras numa chácara onde planto frutas e verduras para usar no restaurante”.

Apesar de a motivação principal ser a preservação ambiental, segundo Nunes, a prática gerou diminuição de custos. “Eu acabei economizando bastante com adubo.”

O uso de compostagem para tratar lixo orgânico ainda é incipiente entre os micro e pequenos empresários, mas uma iniciativa do Sebrae de Mato Grosso está tentando mostrar que essa é uma estratégia relativamente simples, econômica e ecológica. “Começamos a usar uma composteira em nossa sede, transformando os resíduos dos 200 funcionários em adubo, que retorna para nosso jardim”, afirma Suênia Souza, gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá.

Mais do que uma experiência localizada, a compostagem nesse centro tem função educativa. “É mais assertivo mostrar na prática como funciona do que ficar só fazendo oficina”, observa Suênia. Só neste ano o centro já recebeu mais de 100 visitantes, que foram conhecer ao vivo como funciona o processo.

A gerente do Sebrae explica que existem dois tipos de compostagem: aquela que usa minhocas para transformar o lixo orgânico em adubo, e aquela que funciona a céu aberto e usa o processo químico natural para fazer a transformação. A composteira do restaurante Mariza é deste último tipo. “Eu tenho dois tanques, nos quais vou alternando camadas de lixo com palha de café”, explica Nunes.

Há alguns obstáculos, porém. Um deles é o odor forte. O dono do restaurante Mariza, por exemplo, afirma que está tirando seus tanques da frente do terreno e levando-os para os fundos, poupando assim os vizinhos do cheiro desagradável. O Hotel Verdegreen, de João Pessoa, acabou suspendendo a compostagem.

“Tivemos problemas tanto com o espaço quanto com o cheiro que exalava da composteira”, declara o gerente de sustentabilidade do estabelecimento, Rafael Alves Santos. A alternativa está sendo construir uma composteira no terreno onde fica a horta da qual tiram alimentos para os hóspedes.

Tanque

Até por trabalhar com um volume maior de resíduos orgânicos e ter o terreno da chácara à disposição, Nunes usa tanques grandes para o processo. A composteira do Sebrae é menor, e foi construída ao custo de cerca de R$ 2 mil. “É como ter uma caixa de alvenaria no jardim, e a manutenção é muito barata”, diz Suênia.

Parece pequeno o impacto de um punhado de restaurantes ou pousadas passar a tratar seu lixo orgânico, transformado-o em adubo. Mas, como diz Suenia, “imagine que existem milhões de estabelecimentos desse tipo e que eles poderiam construir, a baixo custo, composteiras para tratar os resíduos que produzem”.

Além dos benefícios ambientais e econômicos, Nunes ainda atesta: “O adubo produzido é mais eficiente do que aquele que compramos no mercado”. O empresário finaliza: “Fiz uma experiência na minha horta e vi que o produto da composteira faz com que os vegetais fiquem bons para consumo até dez dias antes do que o normal”.

Fonte: PrimaPagina
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