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Concessões do governo federal criam oportunidade para MPEs

Micro e pequenas empresas podem se beneficiar do plano se forem capazes de fornecer produtos e serviços para grandes corporações

30 jun 2015 - 07h00
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Uma das opções que um pequeno negócio tem para crescer é se inserir na cadeia produtiva de grandes empresas. E uma grande chance para fazer isso foi aberta com o anúncio do Plano de Investimentos em Logística (PLI) pela presidente Dilma Rousseff no início de junho. A iniciativa deve gerar investimentos da ordem de R$ 198 bilhões, e o Sebrae calcula que as micro e pequenas empresas possam faturar até R$ 11,8 bilhões com as oportunidades de negócio criadas pelo plano.

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A estimativa foi feita com base na experiência do Programa de Encadeamento Produtivo, projeto por meio do qual o Sebrae ajuda micro e pequenas empresas a se inserirem nas cadeias produtivas de vários setores. A iniciativa tem dez anos e já capacitou cerca de 20 mil fornecedores de pequeno porte a fechar acordos com grandes corporações. Com o PLI, as oportunidades devem surgir a partir das concessões que serão feitas pelo governo federal à iniciativa privada.

Apenas no setor de transportes, o plano vai incluir 11 novas rodovias, totalizando 4.382 quilômetros e R$ 66,1 bilhões em investimentos
Apenas no setor de transportes, o plano vai incluir 11 novas rodovias, totalizando 4.382 quilômetros e R$ 66,1 bilhões em investimentos
Foto: Top Photo Corporation / Shutterstock

“A nova fase do Plano de Investimento em Logística representa uma grande oportunidade para que empresários de pequeno porte se tornem fornecedores de grandes empresas em contratos para construção ou concessão de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos”, afirma Luiz Barreto, presidente do Sebrae Nacional.

Apenas no setor de transportes, o plano vai incluir obras em 11 rodovias, totalizando 4.382 quilômetros. Esses projetos vão demandar uma série de itens que podem ser fornecidos pelas micro e pequenas empresas, como equipamentos de proteção individual, materiais elétricos e hidráulicos, tintas, ferragens, transportes de pessoas e materiais, locação de veículos e maquinário, entre outros.

Não por acaso, um dos ramos que mais deve se beneficiar com o plano de concessões é o da construção civil, no qual as micro e pequenas empresas já têm uma participação importante como fornecedoras, faturando entre 6% a 12% do valor total gasto em uma obra.

“As obras nas rodovias demandam serviços de alimentação, topografia, paisagismo, serviços de locação de maquinário, de veículos e de mão de obra. E como as rodovias e ferrovias são cada vez mais afastadas dos centros urbanos, as grandes empresas vão tentar ao máximo contratar empresas locais para reduzir custos”, explica Barretto.

Outro nicho promissor é o de negócios vinculados ao transporte aéreo, pois o plano prevê conceder à iniciativa privada a administração dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis. “Os aeroportos possuem uma cadeia produtiva muito longa, que envolve desde obras para ampliação de pistas e dos terminais de passageiros quanto toda a estrutura interna, com o varejo, oferecimento de bens e serviços, e a própria operação e manutenção do aeroporto”, afirma o presidente do Sebrae.

Hora de decolar

Segundo o Sebrae, que já mantém parceria com o Aeroporto de Guarulhos, o setor aeroportuário é um dos que apresentam previsão de retorno mais rápido dos investimentos. Apenas no Consórcio GRU Airport, a entidade mapeou 104 possíveis fornecedores atuando em 42 ramos no entorno do aeroporto. O potencial de compra estimado pelo projeto foi de R$ 23 milhões, sendo que R$ 42 milhões já eram comprados localmente pelo aeroporto.

Uma das grandes vantagens que as micro e pequenas empresas oferecem em relação aos grandes fornecedores está no campo da logística. Na maioria das vezes é mais vantajoso comprar de um pequeno negócio próximo ao local de execução da obra ou de prestação do serviço do que recorrer aos grandes centros.

No entanto, mesmo saindo na frente da concorrência, as micro e pequenas empresas ainda têm o grande desafio de se capacitar para conseguir entrar na cadeia produtiva das grandes corporações. Entre as exigências mais comuns para atuar nessa área está a capacidade de atender grandes demandas em um curto espaço de tempo.

O Sebrae ajuda a capacitar pequenos negócios interessados em entrar nessas cadeias produtivas por meio do Programa de Encadeamento Produtivo. A entidade oferece consultorias em inovação, gestão e treinamento, além de realizar estudos de inteligência competitiva e promover rodadas de negócios, visitas técnicas e formação de grupos de aprendizagem.

Fonte: PrimaPagina
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