Consultor dá dicas para empresas driblarem inflação em alta
Rever custos, oferecer produtos diferenciados e afagar clientes fiéis podem ajudar a minimizar a redução da demanda
A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi a maior desde 2005, segundo o IBGE. E a expectativa do mercado é de que ela feche o ano no maior patamar desde 2003, de acordo com sondagem feita pelo Banco Central na semana passada. Como um microempresário deve enfrentar um cenário como esse? Repassar os aumentos para os clientes? Segurar os preços para ganhar mercado? Conversamos sobre o assunto com o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. Confira suas dicas abaixo.
Prepare-se para uma demanda menor
“Num quadro de inflação elevada, a renda disponível da família fica comprometida de uma forma geral, resultando em demanda menor tanto no comércio quanto nos serviços”, observa Caparoz. Logo, é importante preparar-se para lidar com essa situação e planejar ações para manter o volume de receitas.
Tente diversificar seu produto ou serviço
“Quanto mais padronizado é um produto, menos chance você terá de aumentar preços, por conta da concorrência”, avisa o economista. Quem se diferencia ganha trunfos com a clientela, mesmo reajustando, segundo ele. Fique atento especialmente à chamada nova classe média: ganhou poder aquisitivo nos últimos anos e está em busca de qualidade.
Revise as despesas
Água, energia elétrica e aluguel pesam sobre todos os negócios, e eles estão subindo bastante. Isso deve impactar diretamente o faturamento. “Sempre é recomendável evitar repassar esses custos ao consumidor, mas nem sempre é possível. Este é um bom momento para analisar o balanço e cortar gastos desnecessários”, recomenda.
Redobre o carinho com o público fiel
“Além de diversificar para atrair novos consumidores, esta é a hora certa para investir naqueles que já são seus clientes”, aponta Caparoz. Uma boa alternativa é oferecer mimos sem cobrar mais – como uma bebida de boas-vindas para os hóspedes, no caso de um hotel.
Explique a alta de preços quando preciso
Quem reajusta os preços deve dar alguma satisfação ao cliente? “Se a empresa for menor e o dono tiver uma relação mais próxima com o consumidor, é satisfatório, até porque é de conhecimento geral a crise econômica”, avalia o especialista. “Mas se for um empreendimento com um volume maior de negócios, talvez não exista essa necessidade.”
Adie investimentos
“Com a baixa demanda e o aumento dos custos, esta certamente não é a melhor hora para investir ou fazer reformas, a não ser que elas sejam absolutamente essenciais e caibam no orçamento”, sentencia Caparoz.