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Crise de desemprego nas startups: 3 lições que aprendemos  

15 jul 2022 - 01h00
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Foto: Adobe Stock

Temos visto recentemente algumas grandes startups realizarem demissões em massa. Alguns chamam de crise, as empresas obviamente chamam de estratégia operacional ou de ajustes internos. O fato é que não estamos na cúpula da diretoria para sabermos exatamente o que se passa, mas podemos tirar importantes lições da situação como um todo.  

Ao longo da minha carreira trabalhei em muitos projetos de empresas consolidadas. Essas experiências me permitiram hoje ter uma visão um pouco mais ampla do mercado. Baseado nessas experiências vou compartilhar três lições. As duas primeiras dizem respeito às organizações e a última aos profissionais de tecnologia.  

1. Planejamento 

Não é necessariamente o caso das startups que precisaram dispensar seus funcionários, mas já vi a seguinte situação acontecer algumas vezes: uma empresa ganha destaque e cresce em ritmo acelerado, cria-se grande expectativa em torno dela, porém não se tem um plano a longo prazo para trilhar o caminho de crescimento. 

Não importa quão brilhante seja a mente de quem chefia ou quão majestosa seja a curva de crescimento, se não houver um plano, a empresa não se mantém. Principalmente falando em startups que têm recursos limitados; quando se gasta muito e não se entrega o que é preciso, cortes de gastos se tornam inevitáveis. 

Evidentemente existe também o fator econômico, que incide sobre o desempenho das empresas, mas acredito que quando se tem uma gestão que pensa no caminho feliz e no infeliz, é possível se preparar para imprevistos. No fim, o planejamento é tão ou mais importante quanto o resultado. 

2. Alinhamento de equipes  

A segunda lição está muito próxima da anterior, mas tem uma pegada mais prática: todas as equipes precisam estar alinhadas, em sintonia. Para isso, a comunicação deve ser sempre clara e objetiva. Vi muitos projetos saírem da linha porque estavam sob grande expectativa da diretoria, mas houve falha no alinhamento com a gerência, a coordenação e a execução. 

A falta de comunicação sobre o quanto trabalhoso é determinado procedimento, sobre tempo e recurso necessários para finalizá-lo, aliados às expectativas irreais sobre o projeto, pode ser fatal. Então, duas coisas precisam ser constantemente reforçadas: comunicação clara e não criar expectativa maior do que pode ser realizado no momento. 

3. Evolução constante 

O último tópico é basicamente um conselho aos meus colegas da tecnologia. Mesmo que alguns tenham sido demitidos das startups em questão, o mercado está sedento por profissionais capacitados. É bem provável que rapidamente consigam recolocação, quem sabe até com condições melhores. Mas o meu conselho é que você, independentemente da empresa em que esteja trabalhando, não se acomode! 

O profissional de tecnologia que para de estudar e de se atualizar para também no tempo e corre grande risco de ficar para trás. Inclusive, uma maneira legal de observar se o seu currículo ainda está atrativo para o mercado é se inscrever em processos seletivos e participar de entrevistas, mesmo que não tenha interesse em mudar de emprego. 

Eu costumava fazer isso, e garanto que você terá uma boa visão dos pontos em que precisa se atualizar.  

O fato é que o profissional que está em constante evolução nunca deixa de ser interessante para o mercado, não importa quão adversas sejam as situações externas.  

(*) Léo Andrade é influenciador e especialista em tecnologia, autor dos e-books gratuitos ‘A Revolução Low-code’ e ‘Citizen Developers’.

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