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Depois de demitir 10 mil, Microsoft vai investir US$ 10 bi na OpenAI

Negócio foi confirmado pelo CEO Satya Nadella e abrange anos de parceria entre a big tech e a startup de IA

24 jan 2023 - 19h01
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Na semana passada os rumores já estavam rolando, mas agora o negócio foi confirmado: a Microsoft vai desembolsar a bolada de US$ 10 bilhões por uma participação não divulgada na OpenAI, criadora dos badalados softwares de AI generativa ChatGPT e Dall-E.

ChatGPT
ChatGPT
Foto: ChatGPT. Canva / Startups

A notícia foi dada pelo CEO da Microsoft, Satya Nadella, no blog da compahia, que detalhou a estratégia, mas não abriu os números do contrato. Entretanto, segundo revelou uma fonte ligada à big tech para a revista Fortune, o acordo abrange diversos anos, com o valor total de US$ 10 bilhões sendo investido ao longo deste período.

"Formamos nossa parceria com a OpenAI em torno de uma ambição compartilhada de promover com responsabilidade a pesquisa de ponta em IA e democratizar a IA como uma nova plataforma de tecnologia", disse Satya Nadella, no comunicado.

A notícia vem menos de uma semana depois da companhia de Redmond fazer uma das demissões em massa mais agressivas de sua história, dispensando cerca de 10 mil pessoas globalmente.

Para a Microsoft, que já tinha investido US$ 1 bilhão na OpenAI em 2019 e feito outro aporte de valor não revelado em 2021, o investimento é extremamente estratégico. Segundo fontes de mercado, a empresa está buscando uma vantagem para concorrer no mercado de sistemas de inteligência artificial na nuvem, concorrendo com o Google, Amazon e Meta.

No lado da OpenAI, o apoio da Micrososft também tem o seu valor, já que ela precisa de dinheiro e infraestrutura de computação na nuvem - duas coisas que a MS tem - para sustentar seu modelo baseado em processar massivos volumes de dados e rodar os complexos modelos que os softwares de AI generativa necessitam.

Assim como no investimento anterior da Microsoft na OpenAI, grande parte do valor do acordo se dará por meio do fornecimento do poder de computação em nuvem do Azure necessário para a OpenAI executar seus sistemas, disseram duas pessoas familiarizadas com o acordo.

O acordo tem uma estrutura complicada porque os investidores na OpenAI têm um retorno limitado sobre seus investimentos, uma vez que é uma empresa com fins lucrativos limitados. Uma fonte revelou que Microsoft obterá quase metade dos retornos financeiros da OpenAI até que seu investimento seja recuperado. Todos os lucros além do que é devido aos investidores e funcionários são devolvidos à OpenAI, que é governada por uma organização sem fins lucrativos.

Olho no prêmio

De acordo com analistas, o investimento da Microsoft não é uma aposta. O ChatGPT está perdendo dinheiro: segundo explicou Sam Altman, CEO da OpenAI, cada vez que alguém utiliza o chatbot, a empresa tem o custo de alguns centavos em poder de computação. A dúvida agora é ver como a OpenAI vai monetizar seus produtos - badalados eles são, mas ainda não são máquinas de fazer dinheiro.

Além dos riscos e possibilidade de recompensas financeiras para a Microsoft, o olho da companhia está em outro prêmio: um dos principais focos é trabalhar ao lado da OpenAI no desenvolvimento da tecnologia no Microsoft Cloud, que instantaneamente colocaria a companhia de Redmond na vanguarda do que pode ser a tecnologia de consumo mais importante da próxima década, ganhando vantagem sobre outros players como a AWS e Google.

A OpenAI destacou na segunda-feira que usa o serviço baseado em nuvem da Microsoft Azure para treinar todos os seus modelos e que o investimento da Microsoft permitirá acelerar sua pesquisa independente. O Azure continuará sendo o provedor de nuvem exclusivo para OpenAI, disse a empresa.

O fato é que a OpenAI está mais do que badalada. Na semana retrasada, o Wall Street Journal reportou que o ChatGPT estava permitindo que funcionários e investidores iniciais vendessem suas ações a uma avaliação de US$ 29 bilhões, o que gerou a notícia que fundos como Thrive Capital e o Founders Fund (criado por figuras como Peter Thiel e Sean Parker) estariam negociando para uma oferta de pelo menos US$ 300 milhões em ações.

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