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Depois do IPO e da queda, Enjoei faz a sua demissão em massa

Plataforma de brechó digital confirmou a dispensa de 31 pessoas, em um movimento para priorizar projetos de curto e médio prazo

20 jan 2023 - 18h46
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Desde o seu IPO no final de 2020, a vida da startup de brechó online Enjoei não tem sido nada fácil. Depois de perder praticamente três vezes o seu valor de mercado só em 2022, a companhia agora entrou para a onda do momento: ela fez a sua demissão em massa, dispensando 31 pessoas, o que representa cerca de 10% de sua força de trabalho.

Enjoei fachada
Enjoei fachada
Foto: Enjoei fachada. divulgação / Startups

A informação foi primeiramente noticiada pelo Layoffs Brasil, que também compartilhou uma lista não oficial de pessoas dispensadas. Até o momento da publicação desta matéria, cerca de 20 nomes já foram cadastrados na planilha colaborativa. Os profissionais listados são em maioria da área de produto, mas também de departamentos como experiência e sucesso do cliente, assim como desenvolvimento e agile.

Em nota enviada ao Startups, a Enjoei confirmou os cortes em seu quadro de colaboradores, destacando e afirmou que o movimento está alinhado com os desafios e projetos para os próximos anos. "Esse arranjo permitirá à companhia priorizar determinados projetos de curto e médio prazo em detrimento de outros que serão apreciados mais a frente", destacou a empresa no comunicado.

"Seguimos comprometidos em oferecer a melhor solução de consumo colaborativo para nossos dois milhões de compradores e vendedores e o mais efetivo resultado para nossos acionistas, parceiros e, claro, nossos colaboradores, sem os quais não teríamos chegado até aqui. Agradecemos a contribuição de cada um que nos deixa hoje, para os quais estamos prestando todo suporte e apoio", completou a companhia na nota.

Um longo caminho desde o IPO

Criada em 2009, a Enjoei se tornou uma queridinha do público com sua pegada de brechó chique, que a diferenciou de outros apps populares para compra e venda de produtos, como OLX e Mercado Livre. Até celebridades criaram - ou eram estimuladas a criar - suas lojas na plataforma.

A Enjoei estava em alta em 2020, quando estava valorizada no mercado e levantou R$ 1,13 bilhão em seu IPO na bolsa brasileira. Quem se deu bem na época, no que foi um dos primeiros IPOs do venture capital nacional (junto com Méliuz), foram os fundos Bessemer, monashees, ithaca e Dynamo, com os papéis sendo vendidos na casa dos R$ 10.

A empresa chegou a se valorizar em 2021, com ações chegando a dobrar de valor, o que aumentou o apetite da companhia e abriu caminho para sua primeira aquisição. No final do mesmo ano, a empresa fez uma oferta pela plataforma de venda de roupas de luxo Gringa, decisão que não empolgou os acionistas, já que no segundo semestre a empresa começou a rapidamente perder valor de mercado - cerca de 72% em relação ao seu maior valor, em abril do mesmo ano.

Entretanto, em maio do ano passado, com suas ações em queda (custando cerca de R$ 2 na época), a empresa suspendeu o negócio com a Gringa. No segundo semestre, o valor da empresa continou caindo, com ações valendo menos de R$ 1. Contudo, a empresa esboçou uma reação ao divulgar seu relatório do terceiro trimestre, reduzindo seu prejuízo e aumentando em 40% o seu volume de vendas, o que chegou a valorizar seus papéis para R$ 1,48. Atualmente, a ações da Enjoei são negociadas a R$ 1,26.

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