Drones: regulamentação deve abrir campo para pequeno negócio
Capacitação para operar tecnologia e consultoria para se adequar à legislação são as áreas mais promissoras para se investir em drones
Usados para filmagens, monitoramentos em áreas de difícil acesso e até para entregas, os drones facilitam uma série de atividades ao redor do mundo. No Brasil, seu uso ainda é bastante restrito por conta da ausência de regulamentação no setor. Porém, a expectativa é de que as regras sejam anunciadas ainda este ano, abrindo espaço para a criação de pequenos negócios agregados à tecnologia.
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Émerson Granemann, diretor da MundoGEO, empresa que organiza a feira DroneShow, afirma que 80% do uso civil dos drones têm como destino a agricultura, e a tendência é de que isso também se reflita no país, até porque a regulamentação que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) vem elaborando para o setor sequer prevê o uso do aparelho em áreas urbanas.
Os custos, no entanto, devem limitar o uso do aparelho a grandes proprietários de terra. “Não se trata apenas de comprar um drone. É preciso que o aparelho conte com uma boa câmera, sensores, software de processamento, e esse pacote não sai por menos de R$ 30 mil.”
No entanto, ele diz acreditar que o acesso à tecnologia poderá ser ampliado por conta de pequenas empresas que prestam serviços de assessoria na área rural. “Isso deve gerar campo para a criação de novos negócios não apenas nessa área, mas também para dar suporte em geral, como no caso de escolas especializadas em formar operadores de drones”, completa.
Enquanto a regulamentação não sai, já existem empresas interessadas em se informar sobre a tecnologia ou adotá-la para desempenhar tarefas internas. “Nós prestamos consultoria para auxiliar os empresários que querem investir em drones a trabalhar dentro da lei. Esse é um campo que já conta com uma boa demanda”, diz Luiz Munaretto, gerente de programas da DCA-BR, empresa especializada em consultoria na área de drones.
Ele acrescenta que os aparelhos já podem se usados para pesquisas e monitoramentos internos. E que, porém, ainda não é possível oferecer um serviço para terceiros. “A regulamentação é algo esperado há 3 ou 4 anos, e agora finalmente está para sair. Isso certamente vai dar uma impulsionada no mercado, pois muitos fabricantes e importadores estão segurando investimentos por conta da insegurança na área”, revela.