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Empresa aposta na qualidade para popularizar cachaça gaúcha

Cachaçaria Velho Alambique investe em bebida orgânica para colocar o Rio Grande do Sul no mapa dos melhores produtores nacionais

24 ago 2015 - 07h00
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Quando o assunto é cachaça artesanal, o primeiro lugar que vem à mente é Minas Gerais. No entanto, uma empresa familiar vem ajudando a colocar uma cidade do interior do Rio Grande do Sul no mapa da bebida, tendo ganhado, inclusive, a medalha Gran Ouro do último Concurso Mundial de Bruxelas Edição Brasil – Concurso Nacional de Vinhos e Destilados, realizado em 2015.

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Fundada em 2001 no município de Santa Tereza (RS), a cachaçaria Velho Alambique nasceu da sociedade entre Ivandro Remus e Paulo Bettinelli. Paulo já plantava cana na região e fabricava uma cachaça artesanal que vendia para a vizinhança em garrafões. Percebendo o potencial do produto, Ivandro propôs sociedade a Paulo e modernizou a produção. 

As famílias de Ivandro Remus (dir.) e Michel Bettinelli uniram esforços para criar uma marca forte do Rio Grande do Sul no mercado de cachaças artesanais
As famílias de Ivandro Remus (dir.) e Michel Bettinelli uniram esforços para criar uma marca forte do Rio Grande do Sul no mercado de cachaças artesanais
Foto: Divulgação

“Os Bettinelli já contavam com um sistema muito bem organizado de produção, com uma destilação de alto nível. Com a união, propus a eles uma modernização disso, para que nossa bebida deixasse de vender a granel e se tornasse uma marca forte no mercado”, explica Ivandro, que hoje administra a empresa junto com o filho de Paulo, Michel Bettinelli.

Excelência orgânica

A modernização da produção incluiu uma série de medidas, como o uso de leveduras selecionadas no processo de fermentação, monitoramento de temperatura durante a produção, utilização de matéria-prima livre de agrotóxicos e rígido controle de qualidade para que a cana só fosse colhida quando atinge a maturação. Esse conjunto de iniciativas fez com que os dois rótulos produzidos pela empresa – Velho Alambique e A Locomotiva – recebessem o certificado de cachaça orgânica em 2005. Dez anos depois, A Locomotiva foi premiada no Concurso Mundial de Bruxelas.

“Estas mudanças demandaram muito tempo, pois tivemos de adaptar a produção a esta nova cultura e às tecnologias adotadas. Reaprendemos a cada safra como alcançar o ponto certo de fermentação com as novas leveduras, por exemplo. Mas a qualidade do produto aumentou bastante, e foi isso que nos levou a ganhar o prêmio”, afirma Ivandro.

Apesar de os alambiques de Santa Tereza serem pouco conhecidos na maior parte do Brasil, Ivandro conta que a cidade tem uma tradição de mais de 100 anos na produção de cachaça graças a um clima que favorece o cultivo da cana. “Como estamos localizados no pé da serra de Bento Gonçalves, temos calor intenso no verão e frio sem geada no inverno. Esse microclima faz com que a cana amadureça mais rápido com as baixas temperaturas”, diz.

Mas se depender da empresa a cachaça gaúcha deve se tornar cada vez mais famosa no país nos próximos anos. Só em 2014, a cachaçaria Velho Alambique registrou um aumento de 100% no faturamento e produziu 25 mil litros da bebida. Além disso, o ritmo segue forte no primeiro semestre de 2015. Apesar da crise, a cachaçaria teve um aumento de 30% nas vendas. “Estamos participando de muitos eventos e ganhando prêmios, inclusive em Minas Gerais. Para se diferenciarem dos alambiques mineiros, as empresas do Sul estão apostando forte em tecnologia, e hoje já temos boa aceitação em estados como São Paulo e Rio de Janeiro”, comemora Ivandro.

Fonte: PrimaPagina
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