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Empresa de tecnologia dribla crise ao apostar na área médica

Desenvolvedoras de softwares e aplicativos avaliam que mercado ainda está engatinhando e tem potencial gigantesco

21 mai 2015 - 07h00
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Tecnologia em medicina não significa apenas cirurgias à distância ou próteses robóticas. Um nicho importante para micro e pequenas empresas é a produção de aplicativos e softwares mais ligados ao dia a dia do profissional – tanto na parte administrativa quanto em questões técnicas. É um nicho que envolve clientes com bom poder aquisitivo, dispostos a receber apoio na área gerencial e financeira ou na tomada de decisões clínicas.

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“Dos 400 mil médicos que existem no Brasil, nem 100 mil usam prontuário eletrônico. A internet está evoluindo no Brasil de maneira muito rápida e existe um potencial gigantesco a ser explorado na área de saúde”, comenta Tiago Delgado, fundador da Medicina Direta, que oferece estrutura digital para consultórios e faturou R$ 300 mil no ano passado. “O mercado aqui está engatinhando, acredito que ainda tem muito para crescer”, concorda o médico Bruno Lagoeiro, um dos sócios da desenvolvedora de aplicativos PebMed, que teve receita de R$ 1 milhão em 2014.

Tiago Delgado, da Medicina Direta: faturamento de R$ 300 mil com serviço que põem na nuvem arquivos úteis para médicos e consultórios
Tiago Delgado, da Medicina Direta: faturamento de R$ 300 mil com serviço que põem na nuvem arquivos úteis para médicos e consultórios
Foto: Divulgação

Filho de médico, Tiago Delgado diz que a ideia de trabalhar com tecnologia voltada a esse segmento surgiu justamente ao ver as dificuldades enfrentadas pelo pai. Na época, morava na Inglaterra e trabalhava em uma agência de marketing, onde teve contato com várias empresas que contavam com soluções em nuvem (em arquivos acessados via internet, de qualquer lugar). Foi esse o ponto de partida para o próprio negócio.

“Resolvi voltar em 2012 e buscar um desenvolvedor para criar a plataforma Medicina Direta. Trabalhamos nele por um ano, e lançamos no mercado em abril de 2013”, lembra. A plataforma coloca em nuvem uma série de informações ligadas ao universo médico: prontuário de pacientes, informações financeiras da clínica, agenda de consultas. Assim, o profissional pode acessá-las de qualquer lugar, por meio de tablet, smartphone ou computador. 

“Acreditei que isto solucionava um problema real do mercado no Brasil, e o retorno dos médicos nos mostra isso”, diz Delgado. A Medicina Direta contabiliza 500 cadastrados, e teve seu melhor trimestre justamente no início deste ano. 

Eduardo Moura, Pedro Gemal e Bruno Lagoeiro (primeiro, segundo e último da esquerda para a direita) faturaram R$ 1 milhão com aplicativos para a área
Eduardo Moura, Pedro Gemal e Bruno Lagoeiro (primeiro, segundo e último da esquerda para a direita) faturaram R$ 1 milhão com aplicativos para a área
Foto: André Portugal / Divulgação

Já a PebMed atua na área técnica. A desenvolvedora de aplicativos na área de saúde surgiu nos corredores da faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense. “Um dos meus sócios aprendeu a desenvolver e fez um aplicativo para uma matéria em que era monitor. A sala tinha 60 alunos, mas em menos de um mês já havia mais de mil downloads. Isso chamou nossa atenção para esta área”, narra Bruno Lagoeiro, um dos três sócios do empreendimento.

Os dispositivos são voltados para a área clínica e visam auxiliar os médicos em tomadas rápidas de decisões ou na resolução de dúvidas. “Temos o White Book, que é um guia de prescrições médicas, e outros focados em áreas mais específicas, como terapia intensiva, anatomia e ventilação mecânica”, exemplifica Lagoeiro.

Em três anos no mercado, a empresa desenvolveu 20 aplicativos, 14 deles pagos (US$ 0,99 a US$ 9,99). “Os médicos já estavam acostumados com os aplicativos de fora, mas em uma situação de emergência faz a diferença ter um conteúdo de qualidade em português, por mais que você domine o inglês.”

Fonte: PrimaPagina
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