Empresa que combate Aedes aegypti prevê crescimento em 2016
Com o avanço do zika vírus, expectativa é de que procura por armadilha para capturar mosquito transmissor aumente em até 30%
Antes, era a dengue. Depois, a febre chikungunya. Então, veio o zika vírus e sua ligação com o surto de microcefalia em recém-nascidos. Em meio ao temor provocado pelo avanço do zika no Brasil, uma empresa mineira se destaca por apostar em uma armadilha capaz de conter o Aedes aegypti, transmissor das três doenças. A expectativa é de que a procura pela tecnologia, desenvolvida a partir do início dos anos 2000, cresça até 30%, conforme Luis Barroso, diretor de relacionamento da Ecovec.
Vale a pena apostar em franquias de baixo investimento?
“Os casos ainda são muito recentes, mas estamos prevendo um aumento entre 25% a 30% em 2016”, estima Barroso, que conta como surgiu o produto. “O professor Álvaro Eiras desenvolveu, na Universidade Federal de Minas Gerais, uma tecnologia para capturar o Aedes aegypti. Na época, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) tinha uma linha de patrocínio, para levar para o mundo prático, ideias da academia. Daí, nasceu a Ecovec, uma startup criada em uma época em que esse nome nem era usado no país.”
A armadilha é um recipiente preto de cerca de 30 centímetros, que simula os criadouros do mosquito. “A fêmea, transmissora das doenças, entra nele para botar ovos e fica presa”, explica Barroso.
O sistema da Ecovec permite ainda detectar mosquitos na região e fazer análises semanais para verificar se as fêmeas capturadas estão contaminadas com alguma das doenças. Com isso, é possível planejar ações de prevenção de maneira muito mais focada.
“O problema é muito dinâmico, pois o ciclo de vida do mosquito é curto, cerca de 30 dias. O Ministério da Saúde, por exemplo, trabalha com dados de 60 dias, o que dificulta a prevenção. Já nosso sistema possibilita uma análise semanal e dá um mapeamento mais real dos padrões de contaminação.”
A Ecovec, inclusive, começou no mercado tentando negociar com o Ministério da Saúde. “Chegamos a testar o sistema em dez cidades, mas as conversas não avançaram. Ao mesmo tempo, percebemos que o problema tinha uma face municipal, e passamos a procurar prefeituras. Hoje estamos em cerca de 60 municípios”, afirma Barroso, que completa: “ Temos também dois clientes privados: uma fábrica em São Paulo e um condomínio no Guarujá, litoral paulista”.
Cada armadilha deve ficar aproximadamente 200 metros uma da outra, para que se consigam dados apurados. “O custo gira em torno de R$ 500 a R$ 900 por quilômetros quadrado, e depende do tamanho do município e do serviço contratado, que vai desde apenas ver se há o mosquito, até uma análise das doenças que ele carrega”, afirma o diretor de relacionamento da Ecovec.