Empresária cria lingerie para gestantes e mães que amamentam
Depois de perceber que não era a única a procurar por peças modernas e coloridas para este período, Thaise Calaça decidiu investir no setor
Em 2012, quando estava amamentando sua filha Helena, a hoje empresária Thaise Calaça descobriu uma lacuna no mercado de roupas femininas: ela queria comprar belas lingeries, que se adaptassem às formas de seu corpo naquele momento tão especial para toda mulher. Mas em todas as lojas em que entrava só achava aquelas peças beges, sem graça e largas demais. Além disso, em todos os estabelecimentos ouvia das vendedoras que ela não era a única a reclamar das lingeries para mulheres em fase de amamentação. “Quando constatei que eu não iria encontrar o que procurava, percebi que essa poderia ser uma boa oportunidade de negócio”, conta ela.
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Foi então que Thaise começou uma nova gestação – desta vez de um negócio próprio. Enquanto via sua filha desmamar e crescer, ela deu início a um período de 18 meses de estudos e pesquisas que resultou na criação da Amari Lingerie, empresa especializada em peças voltadas para gestantes e mães que amamentam.
Hoje com 34 anos, Thaise tem razões de sobra para se orgulhar de suas duas crias: Helena é uma bela garotinha de quatro anos e a Amari Lingerie é uma marca presente em 47 pontos de venda, em oito estados do Brasil. A empresa tem 13 funcionários, envolvidos na produção e na gestão, e alcança lojas de moda gestante, de enxovais para bebê e de lingerie multimarcas.
Planejamento e criatividade
Um dos segredos do sucesso de Thaise foi sua capacidade de unir uma boa ideia a um bom planejamento. Muito antes de produzir o primeiro modelo, ela fez uma pesquisa de mercado, que ajudou a confirmar que havia demanda para seu conceito. “Selecionamos algumas clientes para testar as peças. A receptividade foi melhor do que esperava”, diz a empresária. Assim, com apoio do Sebrae, ela começou a desenvolver peças com cortes mais ousados e cores mais variadas, sempre de acordo com o que as clientes usavam quando ainda não eram mães.
Os dados coletados durante a pesquisa orientaram até mesmo a escolha do nome da marca, que, dependendo do idioma, pode significar “plenitude”, “belo”, “mãe” e “amado” – todas expressões diretamente ligadas à experiência transformadora da maternidade. As entrevistas com mães de várias regiões do país e conversas com diferentes fornecedores também ajudaram na concepção das peças. Os modelos, por exemplo, têm rendas, característica pouco encontrada nas lingeries tradicionais voltadas para este público, e foram pensados para garantir o conforto durante os períodos do pós-parto e da amamentação, sem abrir mão da sensualidade e da beleza.
A combinação de planejamento e criatividade logo deu frutos. Com apenas dois anos de existência da Amari, Thaise ganhou a etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria Pequenos Negócios. Ela foi classificada entre 420 inscritas. “A dificuldade foi a mesma que toda empresa iniciante enfrenta: ganhar a credibilidade do mercado, encontrar e capacitar a mão de obra, não ter um histórico de vendas para se pautar e programar a produção, por exemplo”, afirma Thaise.
A empresária, no entanto, não senta em cima dos louros e pretende continuar aumentando o alcance de seus produtos. “Somos uma empresa jovem e temos ainda muito espaço para conquistar”, conclui.