Empresária fatura R$ 1,5 milhão com placas que ajudam a reduzir o valor da conta de luz
Helane Souza é fundadora da primeira empresa de energia solar do Amazonas
O valor das contas de energia elétrica dos brasileiros não para de subir. Com a forte estiagem e os reservatórios das hidrelétricas baixos, entrou em vigor a bandeira tarifária vermelhas, que encarece a fatura a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Para quem utiliza energias renováveis, no entanto, a bandeira vermelha não vai pesar no bolso.
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Helane Souza é uma dessas pessoas. Dona da Future Solar, empresa de energia solar, ela utiliza placas solares na sua casa em Manaus (AM). A empresária de 43 anos, além de pagar menos na energia, fatura R$ 1,5 milhão anualmente ajudando reduzir a conta de luz dos amazonenses. A empresa oferece serviços de instalação de usinas para residências, empresas e indústria.
As fontes de energia limpa são uma importante forma de contribuir com a preservação do meio ambiente, por não emitirem gases do efeito estufa. No caso das placas solares, pode levar a uma redução de 90% até 95% na conta de luz.
"Temos um cliente que pagava R$ 1,4 mil em sua conta de energia. Depois de contratar um projeto de geração de energia solar, começou a pagar apenas R$ 140", conta Helane, que empreende desde os seus 13 anos.
"O meu pai foi um grande vendedor de livros e a minha mãe, na época, também vendia livros e revistas educacionais. Para ajudar, ou seja, nas questões econômicas, na época da casa, eu passei a acompanhá-la e todo esse processo de venda de livros que ela fazia, livros e revistas", conta.
Com 17 anos, Helane Souza iniciou um curso de massoterapia e um ano depois passou a trabalhar em um spa em Manaus.
"Eu fiquei trabalhando com isso dos 18 até os 20 anos. Depois eu decidi abrir a minha própria clínica de estética. Fiquei atuando nesse segmento por 10 anos", lembra a empresária.
A venda de livros na rua na adolescência e o trabalho como massoterapeuta lhe deram a experiência necessária para começar o negócio com energia renovável. A escolha dessa área de atuação, aliás, renderam à empresária o título de primeira mulher do estado a trabalhar nesse ramo, tornando-a referência no setor.
O primeiro passo para atuar no mercado de eficiência energética aconteceu em 2012, a convite do irmão.
"Nós começamos uma pequena empresa em Manaus. Mas a tecnologia em 2012 de energia solar era muito nova, as pessoas não conheciam ainda, não sabiam como funcionava. Começou assim muito lentamente. Eu só consegui escalonar o negócio em 2016", detalha.
Carreira solo
Sem o irmão, que resolveu empreender na área de telecomunicações, Helane decidiu criar a Future Solar. O negócio nasceu em 2016, com investimento inicial de R$ 300 mil. Com mais de 550 projetos instalados, parte do faturamento da empresa vem dos serviços de manutenção das placas. O valor médio por visita é de R$ 800.
"É um mercado majoritariamente masculino e as pessoas ficam encabuladas como que uma mulher decidiu trabalhar com isso. As dificuldades foram bastantes, mas também as oportunidades foram várias. Realizamos projetos para o Sebrae Amazonas e Tribunal de Justiça do Estado. Também atendemos empresas do segmento de construção civil, minimercados, indústrias do setor de vidro e várias instalações residenciais", conta.
O modelo de negócio é simples. O cliente que quer economizar na conta de energia elétrica procura a Future Solar, que faz análise técnica para entender o porte do projeto e instala as placas necessárias para ele começar a economizar.
"Nós fazemos todas as etapas do projeto. Entregamos os equipamentos, placa fotovoltaica, investor, cabos e conectores. Fazemos a instalação completa desse equipamento no edifício do cliente e, finalmente, autorizamos esse projeto final na concessionária de energia", afirma.
A Future Solar trabalha com projetos na modalidade On-grid, ou seja, essa usina solar fica conectada à rede da distribuidora de energia. Nesse formato, o cliente não precisa da bateria para armazenar energia, só precisa estar conectado à rede da concessionária de energia local. Segundo a empreendedora, o cliente que coloca as placas já consegue uma redução expressiva no primeiro mês de funcionamento.