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Empresário, Belfort investe no MMA dentro e fora do octógono

Lutador é dono de duas academias no estado do Rio de Janeiro e diz aplicar os princípios das artes marciais em seus negócios

3 abr 2014 - 20h02
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<p>"Na luta, nunca precisei abalar meu oponente com provocações verbais ou físicas para ganhar um combate e, no meio empresarial, acredito no meu lado visionário e empreendedor", diz Vitor Belfort</p>
"Na luta, nunca precisei abalar meu oponente com provocações verbais ou físicas para ganhar um combate e, no meio empresarial, acredito no meu lado visionário e empreendedor", diz Vitor Belfort
Foto: Helga Esteb / Shutterstock

Um bom lutador de artes marciais mistas (MMA, na sigla em inglês) tem de ter disciplina, paciência, dedicação e persistência; aprender desde cedo a perder e a ganhar; e saber que, sem estratégia, de nada serve a força física. Este é o perfil de Vitor Belfort, e ele não aplica esses princípios só dentro do octógono, mas também na sua carreira de empresário, bem menos conhecida que a de lutador.   

Belfort, que durante muitos anos foi uma espécie de embaixador do MMA no Brasil e ajudou a divulgar um esporte que hoje movimenta milhões de reais no país, é dono de duas academias: a Fortfit, com sede na capital fluminense, e a Academia de Artes Marciais Vitor Belfort, que oferece aulas gratuitas a moradores do município de Paraíba do Sul, no interior do estado do Rio de Janeiro.

O lutador, no entanto, já sofreu um nocaute no mundo dos negócios ao investir na Nasdaq (bolsa eletrônica na qual são negociados os papéis de empresas de tecnologia dos Estados Unidos). A experiência negativa serviu de lição e hoje ele só aplica seu dinheiro em negócios ligados ao MMA, esporte do qual foi campeão pela primeira vez com apenas 18 anos.

Os princípios do atleta Vitor Belfort se refletem nos planos de negócios de suas empresas. Abriu a Fortfit há cinco meses e pretende transformá-la em franquia. Além disso, conta que, em breve, lançará outro negócio voltado ao MMA, mas, estrategicamente, não revela maiores detalhes sobre o empreendimento. Seu braço direito é a esposa, a ex- apresentadora Joana Prado, que cuida de tudo enquanto o atleta se dedica ao MMA, que para ele, hoje, é um hobby.

Poliglota, Belfort conta nesta entrevista como aplica aos seus negócios os princípios aprendidos no octógono.

Você teve uma grande trajetória como atleta. Quando surgiu a ideia de abrir uma academia?

Sempre tive o desejo de passar para as pessoas tudo o que aprendi de uma maneira inspiradora e correta. Já tive academia em Los Angeles, onde ministrava, inclusive, aulas de autodefesa para mulheres. Tive outra academia em São Paulo, onde dava aula para crianças especiais. E, em outubro de 2013, abri a Fortfit no Rio de Janeiro com o intuito de passar qualidade de vida para toda a família. Na Fortfit, temos uma metodologia baseada nos valores do esporte (determinação, respeito, igualdade, perdão etc.), ministramos aulas de muay thai, boxe, MMA, jiu-jtsu, yoga e exercícios funcionais para crianças e adultos, entre outras modalidades. Desenvolvemos também um programa especial para a melhor idade, além de termos uma sala equipada para fisioterapia e massagem.

A Fortfit tem quantas unidades?

Abrimos a Fortfit há apenas cinco meses e a ideia é ampliarmos com uma rede de franquias. Tenho um staff muito bem preparado e estamos esperando o momento certo para fazer isso. Já somos um sucesso, com um número recorde de membros em um período tão curto de atuação. Não queremos abrir várias franquias e, depois de algum tempo, ter franqueados e clientes insatisfeitos. Nossa proposta é a qualidade e não a quantidade. As artes marciais devem ser ensinadas de maneira correta e consciente, já que, quando isso não ocorre, há perigo de acidentes. Além disso, existe o risco de as pessoas, inclusive crianças, não entenderem o verdadeiro valor da arte marcial, que é o respeito.

Quais são os objetivos da Fortfit e da Academia de Artes Mariciais Vitor Belfort?

O objetivo é conscientizar as pessoas de que, ao praticar uma arte marcial, você aprende o que realmente é respeito e igualdade. Costumo dizer que no tatame todos são iguais, não existe mais baixo ou mais alto, maior poder aquisitivo ou mais força. A igualdade impera e a técnica ganha. A proposta da Fortfit é passar para as pessoas que todos são capazes de praticar uma atividade física com consciência e ter qualidade de vida. Não tem preço ver um aluno que entrou na academia acima do peso e, depois de um tempo, perdeu quase tudo e tem uma vida saudável física e mentalmente. Além disso, tenho projetos sociais em que estou abrindo academias de artes marciais em áreas carentes para poder, de alguma forma, passar os valores do esporte para crianças que muitas vezes não têm oportunidade. Tenho também a Escola da Paz, programa em que ministro palestras em escolas que sofrem com a violência verbal e física.

Quais as características do atleta Vitor Belfort que o empresário utiliza?

Sou, em primeiro lugar, íntegro, e vivo de princípios, não de preferências. Na luta, nunca precisei abalar meu oponente com provocações verbais ou físicas para ganhar um combate e, no meio empresarial, acredito no meu lado visionário e empreendedor. Há dez anos, falava que meu esporte seria o número dois no Brasil e ninguém acreditava. Hoje o MMA só perde para o futebol. Tenho visão e uso isso com integridade. Por isso, além da luta, tenho o meu lado empresarial.

Qual é o principal desafio que enfrenta como empresário? Como você faz para administrar seus negócios?

Tenho uma equipe muito boa comigo e a melhor empresária, contadora e economista, que é minha mulher. Ela administra nossos negócios comprando, alugando e vendendo nossos imóveis, faz todo investimento do nosso dinheiro e cuida da gestão e administração das nossas empresas. Inclusive, em breve, devemos anunciar um novo negócio bastante interessante, que a Joana está participando e tem a ver com o mundo do MMA.

Como concilia a carreira de atleta com a de empresário?

Minha mulher (a ex-apresentadora Joana Prado) me poupa muito e sabe me orientar muito bem. Em época de campeonato, no período de preparação mais intenso para um combate, não me envolvo tanto nos negócios e só treino – este é meu hobby. Quando não estou em período de treinamento e com luta marcada, sou total empresário.

Seus dois empreendimentos estão relacionados à sua área de atuação. Pretende ter (ou já teve) outros negócios?

Já tenho alguns outros negócios que vão além da luta. A luta, hoje em dia, é meu hobby, que amo de paixão, e faço com o maior amor. Sempre que puder estar dentro desse universo, sei que estarei feliz.

Como pessoa pública, você busca que as marcas que levam seu nome estejam relacionadas à sua maneira de ver a vida?

As grandes marcas que estão comigo são empresas que têm os mesmos princípios e valores. Tanto meus patrocinadores como minhas empresas estão relacionados com a preocupação com o bem-estar, a qualidade de vida e a família.

Quais conselhos você daria para quem quer montar uma academia?

Em primeiro lugar, para abrir qualquer negócio você tem que acreditar no que está investindo e não fazer simplesmente pelo resultado que terá. Não consigo falar de algo em que não acredito. E creio que o grande segredo para ser bem-sucedido é ter valores e jamais infringir seus princípios. Pode até demorar mais, mas garanto que será duradouro quando atingir o topo. Luto há 18 anos e já fui campeão mundial em duas categorias diferentes (pesado e meio pesado). Conquistei meu primeiro título aos 18 anos. Hoje, com 37 anos, tenho a oportunidade de ser campeão mundial em outra categoria – e isso pra mim não tem preço. Sempre lutei por amor ao esporte e, quando consegui conciliar a paixão com o lado financeiro, me tornei um verdadeiro homem de sucesso. É isso que aplico a todos os meus negócios.

Fonte: PrimaPagina
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