Empresário fatura com telhas feitas de embalagem longa-vida
Ideia inicial era explorar apelo ecológico do produto, mas características como resistência e peso menor chamaram atenção
Produzir itens de apelo ecológico para se destacar no mercado virou tendência. A ideia do empresário Ivanildo Rezende, ao desenvolver telhas feitas a partir embalagens de leite ou suco longa-vida, era surfar nessa onda. Mas o resultado acabou mostrando tantas vantagens em relação às telhas convencionais que hoje esses fatores pesam mais na hora das vendas do que seu viés ambiental.
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Rezende já trabalhava há dez anos no Distrito Federal comprando material de construção usado, mas começou a rever os rumos de seu empreendimento quando se deparou com duas telhas feitas com componentes de embalagens Tetra Pak. Viajou para pesquisar mais sobre o processo de reciclagem e voltou para Brasília em 2012 disposto a criar uma empresa nesse ramo. Nascia assim a Eco-Lógica, que faturou R$ 400 mil em 2014. “Aprendi sobre os processos, comprei as máquinas e logo começamos a produzir. A aceitação foi ótima, pois, além de sustentável, a telha é muito mais resistente do que as de amianto: é possível andar sobre ela sem que ela quebre”, afirma.
O empresário atribui outras vantagens a esse tipo de mercadoria: “pesa 50% a menos que a de amianto, não absorve água da chuva, chega a ser 80% mais fresca, é antialérgica, não propaga chamas e tem bom isolamento acústico”. O preço, porém, é 70% maior.
Para fazer cada telha, são necessárias cerca de 2 mil embalagens, compradas diretamente da Tetra Pak, que antes faz a retirada das partes de papelão. “O material resultante é uma folha de alumínio e polietileno, que é acaba virando a telha.”
Os clientes vão desde mansões até hospitais e galpões comerciais. “Vendemos cerca de 60 telhas por dia, mas temos demanda para mais e estamos trabalhando para produzir pelo menos o dobro”, afirma Rezende, acrescentando que no último ano a empresa cresceu 20%, este ano espera crescer pelo menos 30%.