Empresário fatura R$ 2,5 mi transformando casas em botecos
Boteco em Casa se diferencia dos buffets convencionais por criar um ambiente mais informal e propício à interação
Já pensou em transformar sua casa em um boteco para reunir os amigos? Pois é justamente esta proposta que vem permitindo à Boteco em Casa crescer apesar da crise. A empresa, especializada em um serviço de buffet mais informal, faturou R$ 2,5 milhões em 2014 e espera ampliar o valor em 40% este ano.
Como uma pequena empresa pode atrair e reter talentos?
Formado em administração de empresas, Fernando Santos conta que trabalhou em áreas como publicidade, logística de vendas e importação. Em 2006, porém, decidiu se dedicar ao ramo de alimentação. “Vi que meu negócio era restaurante e resolvi montar uma cadeia para operar em shoppings. Desde aquela época a aposta já era em comida brasileira e de boteco”, revela.
Alguns meses depois da inauguração, um cliente veio consultá-lo sobre a possibilidade de comprar uma grande quantidade de comida para uma festa que ele iria realizar. “Expliquei que não seria o ideal, pois os pratos chegariam murchos. Como um ponto em shopping é muito caro, eu já estava buscando alternativas e pensando na possibilidade de trabalhar com eventos, mas ainda não tinha nada formatado. Mesmo assim, resolvi abraçar a oportunidade e propus a ele que eu preparasse a comida no local”, lembra.
Sem nenhuma experiência, Fernando encarou o desafio e sequer lembra se o evento deu lucro ou prejuízo. No entanto, ele saiu de lá com a certeza de que a ideia tinha muito potencial. “Tivemos um retorno incrível das pessoas. Na semana seguinte, coloquei um anuncio em uma revista e muita gente começou a ligar procurando”, diz.
Com o tempo, o estabelecimento deixou o shopping e se transformou em um bar no bairro da Vila Madalena, que coexistia com o serviço de buffet. Ao final de 2009, porém, o empresário resolveu priorizar a Boteco em Casa, e fechou o bar. “Muita coisa pesou para esta decisão. Com a lei seca, as pessoas passaram a beber menos, e os estabelecimentos repassaram os custos para as comidas. Como ficou caro, muita gente começou a comer em casa antes de ir para a balada, e no final do mês as contas não fechavam mais. Em compensação, os eventos iam muito bem”, afirma.
Entre os diferenciais que a empresa traz em relação aos buffets convencionais estão a informalidade e um ambiente mais propício à interação, elementos típicos de um boteco. “Não vendemos apenas um produto, vendemos a experiência. Ela é composta por vários itens em conjunto, como alimento, bebida, serviço, música. A decoração da mesa vem com vasinho, saleiro, paliteiro, guardanapo, bolacha de chope. Coloco quadros nas paredes. Tudo para dar um clima de boteco para a festa.”
O serviço também é adaptado para cada tipo de público. Com isso, Fernando já atendeu desde casamentos e festas corporativas, até baladas onde as pessoas se preocupam mais com as bebidas do que com os pratos servidos. Atualmente, a empresa tem a capacidade de atender até 10 eventos simultaneamente, que podem ir de 20 a 3.500 convidados.
“Mesmo com a crise, nós esperamos aumentar nosso faturamento de R$ 2,5 para R$ 3,5 milhões. Estamos fazendo eventos menores, mas as pessoas não deixam de festejar por conta da crise. Nossa demanda aumentou, e estamos ganhando na quantidade”, diz.
Como os eventos precisam de uma estrutura grande, o alcance da empresa fica limitado a um raio de 250 quilômetros da cidade de São Paulo. Por conta disso, Fernando já se prepara para adotar o modelo de franchising. “Já temos três interessados, e pretendemos inaugurar a primeira unidade em Brasília, ainda este ano. Para o ano seguinte, prevemos chegar às cidades de Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, finaliza.