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Ex-office boy ganha R$ 100 milhões com impressoras

Empresário quase virou lavrador, vendeu máquinas de escrever e hoje tem empresa milionária que comercializa e aluga máquinas de impressão

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Nascido na minúscula Senhora de Oliveira, município mineiro com 5 mil habitantes, o filho de pequenos agricultores José Martinho Reis parecia ter seu destino traçado: trabalhar na terra, assim como seus pais e irmãos. No entanto, trocou a enxada pelas máquinas de escrever, Minas Gerais por São Paulo e, após ter trabalhado como office boy e chefe de departamento, é dono de uma empresa que fatura mais de R$ 100 milhões anuais fornecendo equipamentos e serviços de impressão em todo o país.

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A Reis Office, criada por ele em 1984, é hoje uma das principais companhias no ramo de fornecimento de materiais de impressão. A empresa vende impressoras para todo o Brasil. Mas o carro chefe é o outsourcing, aluguel e gerenciamento de máquinas para companhias – desde escritórios de advocacia até grandes redes laboratoriais.

José Martinho Reis, filho de pequenos agricultores, escapou do trabalho na lavoura, foi funcionário da Olivetti e fundou seu próprio negócio em 1984
José Martinho Reis, filho de pequenos agricultores, escapou do trabalho na lavoura, foi funcionário da Olivetti e fundou seu próprio negócio em 1984
Foto: Divulgação

“Há dez anos, somos a principal distribuidora da Brother no Brasil; há nove, da Canon; e há dois, da Kyocera”, diz Reis, citando algumas das maiores fabricantes de impressoras do mundo. A trajetória do empresário, porém, começou com um equipamento que acabou engolido pela tecnologia: a máquina de escrever.

Em 1974, logo ao chegar a São Paulo, Reis conseguiu um emprego na italiana Olivetti, então uma das líderes na produção de máquinas de escrever, que dominavam os escritórios em uma época anterior aos computadores.

“Eu fazia serviço de office boy, depois voltava rápido ao escritório para ajudar outras pessoas e conhecer a empresa. Em menos de dois anos, já era chefe de departamento na Olivetti, onde fiquei por dez anos”, conta.

Em 1984, ignorando conselhos de amigos, decidiu abandonar o emprego estável para se aventurar na própria empresa, mas sem dar as costas a seu empregador: criou, com um sócio, uma revendedora de equipamentos da própria Olivetti.

Enfrentou diversas crises. A superinflação dos anos 80, o crescimento lento da era FHC, até a extinção do primeiro produto que vendia – quando Reis já havia migrado para a área de impressão. Foram tantos solavancos que ele não teme o atual momento econômico: “Meus filhos trabalham comigo e estão apavorados, mas eu já passei por tantas crises que sei que elas são momentos de oportunidades de negócios”.

Segundo ele, a desaceleração do ano passado não afetou seus negócios. “Em 2014, tivemos um crescimento de 2% nas vendas de impressoras, enquanto o mercado como um todo encolheu 19%.” O outsourcing teve incremento de 11%.

Não chega a ser surpreendente ver otimismo de alguém que queria ser agrônomo, mas não passou no vestibular e quase acabou com uma enxada na mão, mudou de ramo e enfrentou tantos perrengues. Contra a maré, prevê crescimento de dois dígitos para 2015. Sonhador? “Não dá para deixar a peteca cair. Se entrar na choradeira dos outros, a equipe percebe e também entra.”

Fonte: PrimaPagina
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