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Falta de capital de giro pode levar empresa à falência

Mesmo em época de bons negócios, empreendedor precisa administrar bem entradas e saídas para não ser pego de surpresa

5 set 2014 - 08h36
(atualizado às 09h49)
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Calcular bem o dinheiro necessário para pagar as contas da empresa em dia pode ser uma questão de vida ou morte para as pequenas empresas
Calcular bem o dinheiro necessário para pagar as contas da empresa em dia pode ser uma questão de vida ou morte para as pequenas empresas
Foto: Zadorozhnyi Viktor / Shutterstock

Uma das grandes armadilhas do mundo dos negócios é a falta de planejamento. Muitas vezes, um empreendedor abre uma pequena empresa, se empolga com as boas vendas e, de repente, é surpreendido por uma situação terrível: como não administrou bem quanto dinheiro entrou e quanto precisa para pagar funcionários e fornecedores, se vê impossibilitado de honrar seus compromissos no prazo e é obrigado a recorrer a empréstimos bancários. Os juros, então, começam a multiplicar o valor da dívida e, em pouco tempo, o empresário vai à falência.

Para evitar situações como essa, o empreendedor precisa administrar bem seu capital de giro, o dinheiro que a empresa precisa reservar para pagar suas contas em dia. Ele é formado pelo valor em caixa em um determinado momento, pelo dinheiro guardado no banco, pelo estoque de mercadorias e pelas contas a receber.

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O capital de giro está relacionado ao fluxo de caixa – relação entre o dinheiro que entra e que sai do caixa – e a quantidade necessária para o funcionamento de uma empresa depende da relação entre o tempo que ela demora para receber os pagamentos dos clientes e o prazo que tem para pagar fornecedores e demais despesas, explica Wagner Viana, consultor financeiro do Sebrae-SP.

Por isso, mesmo empresas que têm lucro podem se enrolar se não prestarem atenção à quantidade de dinheiro em caixa e até falir, já que o faturamento de um mês para o outro. “Muitos pensam no investimento na hora de abrir uma empresa, mas se esquecem de que o capital de giro é um elemento importante”, alerta Gabriel Gaspar, consultor financeiro e presidente da plataforma de gestão financeira Nibo.

Quero ser grande

É muito comum pequenas empresas terem problemas de fluxo de caixa em momentos de expansão dos negócios. Em geral, quando as vendas aumentam, as despesas também crescem, por isso nessas situações é importantes planejar de forma antecipada qual será a fonte de recursos para financiar esse aumento “e ter cuidado, porque vender mais, mesmo com lucro, não é sinônimo de estabilidade financeira”, aponta Viana. Além disso, fatores imponderáveis, como aumento dos preços de insumos e inadimplência de clientes, podem exigir capital de giro extra, acrescenta o consultor do Sebrae.

Geralmente, empresas em fase de expansão precisam de investimentos adicionais, uma vez que a previsão de um faturamento maior vai se refletir em um volume maior de contas a quitar. Se faltar dinheiro para pagar o salário dos funcionários e as demais despesas antes de receber os pagamentos, será preciso investimentos adicionais.

A melhor forma de cobrir a necessidade adicional de capital de giro é usar o lucro gerado pela própria empresa, aconselha Viana. O ideal, segundo ele, é buscar receber antes do cliente e ampliar o prazo médio de pagamentos da empresa. Se os lucros gerados não forem suficientes para cobrir os gastos, o empreendedor pode recorrer a empréstimos bancários, mas deve ficar muito atento às taxas cobradas pelas instituições financeiras.  “Dívida no Brasil é cara. Em linhas gerais, fuja de empréstimos. Só valem a pena se o retorno for superior à taxa de juros”, aconselha Gaspar.

Fonte: PrimaPagina
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