Fintech Seiwa levanta R$ 500 mil para ser o banco digital dos médicos
A primeira captação da fintech foi feita pela Wow e investidores-anjo
A Seiwa, fintech criada para facilitar a organização financeira dos médicos, fechou sua primeira captação. A startup levantou um pré-seed de R$ 500 mil em uma rodada liderada pela Wow e investidores-anjo que são profissionais da saúde.
Lançada em 2021 por Luiz Eduardo Machado, Pedro Bernardina e Geraldo Franciscani, a Seiwa (pronuncia-se Seiva) oferece um app mobile que auxilia os médicos na resolução de pendências relativas aos repasses dos seus honorários. A solução permite acompanhar glosas, recebimentos e atrasos de repasses, com o objetivo de poupar o tempo gasto ao tentar organizar as finanças por conta própria e evitar desgastes e insegurança por falta de previsibilidade.
"Percebemos que os profissionais da saúde têm três principais dores relacionadas ao controle financeiro", afirma Luiz Eduardo Machado, diretor-executivo. Ele explica que os médicos recebem de várias fontes pagadoras e cada plano paga de uma forma, com prazos e processos diferentes. Além disso, eles precisam lidar com glosas médicas (cortes parciais ou integrais nos repassos feitos pelos planos de saúde) e com o prazo entre a data do atendimento e do recebimento, que muitas vezes é alongado.
"Tudo isso, aliado ao grande volume de procedimentos feitos por mês, torna praticamente impossível o controle financeiro e a conferência dos pagamentos para que os médicos saibam se estão recebendo corretamente por todos os serviços", analisa Luiz. Com isso em mente, a Seiwa nasceu como uma plataforma para consolidar todos os pagamentos em um único app. No entanto, o modelo não tracionou, e os empreendedores decidiram pivotar o negócio. Após diversas pesquisas de mercado e readaptações do produto, chegaram na versão atual: uma solução de ponta a ponta, do atendimento ao pagamento.
Hoje, o app reúne e organiza os recebimentos de várias fontes pagadoras e sinaliza quando os médicos devem correr atrás das pendências de glosas e atrasos nos repasses. Além disso, faz um match entre o atendimento médico realizado com o pagamento recebido para identificar possíveis extravios ou perdas de procedimentos feitos, mas não repassados.
Planos
Segundo o CEO Luiz Eduardo Machado, os recursos serão utilizados para melhorar o produto. A startup tem planos de ofertar serviços financeiros, a começar pela antecipação de recebíveis já no próximo ano que dará início ao processo de bancarização da fintech. Uma expansão geográfica também está no roadmap. Hoje a Seiwa opera apenas em Belo Horizonte, mas deve chegar em São Paulo ou no Rio Grande do Sul em 2023.
A companhia está estruturando o time, hoje são apenas os três fundadores, com a contratação de cinco pessoas no próximo mês. "O pré-seed chega para estruturarmos o produto, aprimorar o app e formar o time", explica Luiz. Segundo o CEO, a startup tem dinheiro para operar nos próximos 12 meses, então no ano que vem deve estruturar uma nova captação. O executivo diz já estar em conversas com fundos de investimentos para construir um relacionamento contínuo e monitorar suas opções.
O crescimento, destaca Luiz, tem sido 100% orgânico, sem nenhum investimento em aquisição de clientes. A startup tem uma base de mais de 600 médicos apenas em Belo Horizonte e espera crescer 5 vezes em 2023. Segundo o diretor-executivo, a startup deve começar a fazer investimentos ativos em aquisição de clientes e está estudando quais são os melhores canais para isso. Outro objetivo é tornar o backoffice mais automatizado e introduzir novas formas de monetização. A fintech começou como Software as a Service, mas quer adotar um modelo híbrido com cobrança de assinatura e take rate.
"O desafio de 2023 é crescer e estruturar o negócio para no final do ano estarmos prontos para uma rodada maior", pontua. Os fundadores querem apostar em produtos e educação financeira para os profissionais da base e estudantes de Medicina. "Nosso objetivo é ser o banco dos médicos com o propósito de resolver todas as suas dificuldades de gestão financeira. Há uma lacuna grande a ser preenchida na relação desses profissionais com suas finanças para que tenham mais equilíbrio e melhor planejamento do futuro", conclui Luiz.