Franquias viram alternativa para complementar renda
Com crise, negócios que não exigem dedicação exclusiva se tornam opção para incrementar orçamento familiar
Em tempos de crise, todo centavo é bem-vindo. Não é por acaso que algumas pessoas estão adotando franquias que não exigem dedicação integral para complementar a renda. É o caso do consultor para gestão de vendas José Luis Bastos. Depois de 17 anos trabalhando na mesma empresa, ele foi demitido. Ao invés de lamentar, Bastos transformou o momento adverso em oportunidade e abriu a própria consultoria, em junho. Enquanto espera o negócio embalar, decidiu buscar uma maneira de melhorar o orçamento: tornou-se franqueado de uma empresa de reforço escolar.
Seis ótimos motivos para não deixar de investir na crise
"Em novembro, comecei a administrar uma unidade da Tutores, em Santana do Parnaíba, São Paulo. Concilio essa atividade com a consultor, e, mal comecei, a franquia já responde por quase 50% da minha renda", diz Bastos.
Como já trabalhava com serviços, o consultor procurou algo na área. “Cheguei a olhar uma franquia de food truck, mas o mercado já estava muito saturado. Escolhi a tutoria porque é na área de educação, que não deixa de ser o que eu já faço dando cursos como consultor de vendas”, afirma Bastos.
A oportunidade de complementar a renda foi também o que atraiu Sônia Teixeira, de Mirante da Serra, Rondônia, a adquirir uma microfranquia na área de turismo.
“Tenho uma confecção que faz camisetas, mas gastava muito com impostos, além de ser um trabalho muito desgastante, ainda mais num lugar quente como Rondônia. Então, quis começar algo que fosse mais leve”, diz.
Em 2013, ela adquiriu uma franquia da Encontre sua Viagem. Na época, pagou apenas R$ 750 para começar a operar pela marca. O baixo investimento é justificado por se tratar de um negócio online de turismo. “Basta eu estar com meu computador, um telefone e internet para vender passagens e estadias em hotéis.”
“Em dois anos, tive um retorno maior do que em 25 anos trabalhando na área de confecção”, ressalta a empresária, que afirma tirar por mês algo em torno de R$ 5 mil: “A franquia já responde por mais da metade da minha renda.”
E os ganhos só não são mais altos por falta de tempo. “Eu me aposento daqui a pouco, mas, enquanto isso, comecei a treinar meu noivo para me ajudar nas vendas”, conta Sônia.
A funcionária pública Katya Rossana, de João Pessoa, na Paraíba, é outra que optou pela área de turismo para complementar a renda. “Eu tinha um cargo de oito horas na Caixa Econômica, mas troquei por um de seis horas para poder dedicar parte do meu dia ao negócio”, diz Katya, que abriu um ponto de vendas da franquia Flyworld em setembro e já “convocou” os dois filhos para ajudá-la.
“Apesar do furacão da recessão, o negócio já corresponde a 15% da minha renda, e o ganho vem crescendo desde que abri”, conta a empresária, que investiu em torno de R$ 60 mil e tem faturamento bruto na casa dos R$ 8 mil por mês.
Katya admite também estar de olho no futuro. “É uma maneira ( a franquia) de garantir uma complementação também para a minha aposentadoria, que será daqui a três anos.”