Fundador da falida exchange de cripto FTX é condenado à prisão
Sam Bankman-Fried estava em prisão domiciliar desde dezembro, aguardando julgamento por acusações pós-colapso de sua empresa
Reviravolta dramática no enrosco envolvendo Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da falida exchange de criptomoedas FTX. O executivo foi condenado à prisão nesta sexta-feira (11) depois que Lewis A. Kaplan, um juiz federal de Nova York, revogou sua fiança.
Sam estava em prisão domiciliar na casa de seus pais em Palo Alto, Califórnia, desde que foi preso em dezembro por acusações de fraude decorrentes da implosão da FTX — em novembro, depois de uma irreversível crise de liquidez, a empresa decretou falência.
Durante a audiência de hoje, o juiz do Tribunal Distrital Federal de Manhattan disse que o acordo teria que terminar, depois que os promotores argumentaram que Sam havia fornecido documentos à mídia para intimidar uma testemunha no caso. O fundador da FTX foi levado para o Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn.
Drama pós-falência
A FTX aproveitou a alta do mercado de criptomoedas para se tornar uma das empresas líderes do setor, antes de declarar falência. Em apenas algumas semanas, Sam deixou de ser um titã da indústria cortejado por políticos e celebridades para se tornar um réu criminal que enfrenta décadas de prisão.
Sam já havia sido preso nas Bahamas, onde a FTX estava sediada, depois que a empresa implodiu durante uma semana turbulenta em novembro. Ele então foi extraditado para os Estados Unidos e libertado sob fiança altamente restritiva, que exigia que usasse um monitor de tornozelo e ficasse confinado na casa de seus pais.
Só que desde sua libertação, Sam foi repetidamente repreendido por comportamento que, segundo os promotores, ultrapassou os limites do que ele tinha permissão para fazer enquanto aguardava julgamento.
Em processos judiciais em janeiro, os promotores apresentaram evidências de que Sam havia enviado mensagens a um ex-executivo da FTX que poderia ser testemunha no caso. Também apontaram que Sam usou uma rede privada virtual, ou VPN, para acessar a internet.
Na época, o juiz Kaplan ordenou que Sam se submetesse a requisitos de fiança mais rígidos que restringiam quais sites ele poderia acessar e o impediam de se comunicar com ex-funcionários da FTX. Os visitantes da casa de seus pais eram proibidos de trazer telefones ou computadores para dentro.
Obviamente, o advogado de Sam disse no tribunal durante a audiência conduzida nesta sexta que pretendia apelar. Será que essa novela terá mais capítulos?