Fundo de reserva é arma para planejar o pagamento do 13º
Consultora aconselha empresários a fazerem uma poupança ao longo do ano para custear despesas com obrigações trabalhistas
O ano está entrando em sua parte final, e com isso se aproxima a data em que as empresas precisam pagar o 13º salário dos seus funcionários. O ideal é que os empresários já tenham se planejado desde o início do ano para cumprir com esta obrigação, mas, como nem todos fazem isso, algumas dicas podem ajudar a evitar um rombo natalino nas finanças.
A melhor maneira de lidar com esta obrigação é criar um fundo de reserva logo no início do ano, um recurso que pode ser usado também para arcar com outras despesas trabalhistas, como férias, explica Sandra Fiorentini, consultora jurídica do Sebrae-SP. “Este custo pode ser incluído no cálculo do preço de venda dos produtos e serviços. Assim, se um funcionário recebe R$ 1 mil, e a empresa conta com cinco trabalhadores, deve guardar todo mês 1/12 da folha de pagamento da empresa, que seriam R$ 400”, afirma.
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Com isso, quando chegarem as datas de pagamento das duas parcelas do benefício (que são até 30 de novembro e 20 de dezembro, respectivamente), a empresa já terá juntado o valor necessário e, assim, sentirá menos a retirada do dinheiro. Para completar, é possível também criar uma poupança para administrar este montante, gerando uma renda extra.
Caso sua empresa não tenha adotado até agora qualquer medida em relação ao 13º, ainda é tempo de criar este fundo. Porém, os depósitos mensais terão de ser proporcionalmente maiores, o que ajudará a pagar a primeira parcela. “Feito isso, as próprias vendas, que aumentam significativamente no fim do ano, auxiliarão no pagamento da segunda parte”, acrescenta Sandra.
Empréstimos
A importância de se planejar para pagar benefícios trabalhistas em dia é que as micro e pequenas empresas devem evitar a todo custo contrair empréstimos ou antecipar a fatura de cartões de crédito para fazer estes pagamentos. “O empréstimo é bom para melhorar o capital de giro, aumentar estoques, entre outras coisas. Mas no caso do 13º, não é um bom negócio, pois ele não entra no cálculo do preço de venda de produtos e serviços e impacta diretamente o lucro da empresa”, afirma Sandra.
Apesar do alerta, ela afirma que, em uma situação extrema, é melhor fazer um empréstimo do que atrasar o pagamento do 13º ou deixar de quitar contas e fornecedores. “Se a empresa atrasar esta obrigação, ela pode ser autuada e até receber uma multa. Já se ela deixar de honrar o compromisso com o fornecedor, haverá uma quebra de confiança que prejudicará ainda mais os negócios”, finaliza a consultora.