Após quebrar, empresária fatura R$ 2,8 mi com sobrancelhas
Depois de falir uma pizzaria por falta de experiência, Luzia Costa finalmente deu asas à sua vocação e venceu no ramo de estética
Ela já fez massagens em uma tenda na praia, teve um carrinho de lanches e até fabricou e vendeu pirulitos. Esta trajetória pouco comum, mas sempre pontuada por atitudes empreendedoras, fez com que Luzia Costa finalmente alcançasse o sucesso com uma rede de franquias especializada em sobrancelhas.
Entenda mais sobre o mundo das franquias
A empresária, que cresceu em um bairro rural da cidade de Passa Quatro (MG), conta que sempre gostou da área de beleza e estética e desde criança se divertia ao maquiar e pintar as unhas de parentes e vizinhos. “Quando tinha 14 anos ganhei alicate e esmalte e passei a trabalhar com isso para ganhar meu dinheirinho. Continuei assim até 1999, quando casei e me mudei para Taubaté (SP)”, recorda.
Na nova cidade, Luzia começou a fazer quitutes para que seu marido vendesse no quartel onde trabalhava. Como faltavam padarias para atender à população do bairro, ela decidiu montar um carrinho de lanches. A iniciativa fez sucesso, e só foi abandonada porque seu marido passou em um concurso e o casal teve de se mudar para Tremembé (SP).
“Vendemos a casa que a gente tinha acabado de comprar para investir em uma lanchonete. Mas eu queria crescer mais, e depois de um ano nos desfizemos da lanchonete para abrir uma pizzaria”, diz.
O negócio, no entanto, acabou dando errado. Segundo Luzia, a principal dificuldade foi na hora de administrar o faturamento e as contas da pizzaria. “Se levantava R$ 1 mil em um dia, achava que todo aquele dinheiro poderia ser gasto. Porém, apenas R$ 200 eram lucro, o resto era para pagar os fornecedores. No final do mês, as contas não fechavam e acabamos quebrando” reconhece, acrescentando que com isso ela aprendeu que o empresário precisa primeiro pagar os boletos para só depois retirar seu pró-labore.
Correndo atrás do sonho
O fracasso do negócio forçou Luzia a voltar para Passa Quatro e viver na casa do pai. Nesta época, ela começou a pensar no que poderia investir para começar a se reerguer. A solução só veio no dia em que o gás da casa acabou e ela teve de fazer comida no fogão à lenha.
“Notei que a chapa demorava para esfriar e resolvi aproveitar para desidratar alguns tomates. A partir disso, comecei a vender tomates secos em conserva. Depois, comprei algumas fôrmas e aprendi a fazer pirulitos, que só levavam açúcar e eram muito baratos para produzir.”
Na sequência, Luzia resolveu investir em um curso na área de massagem. Bastaram apenas três semanas de aula para que ela já começasse a receber clientes em casa, improvisando uma mesa como maca.
“Nesta época, vi na televisão que muita gente estava ganhando dinheiro com massagem na praia. Aluguei um quarto em Ubatuba (SP), comprei uma maca em troca de serviço e consegui licença para montar uma barraca na praia. Durante a noite, ia nas casas das clientes ganhar um dinheiro extra pintando unhas e fazendo sobrancelhas”, recorda.
Correndo atrás do sonho
Com o dinheiro levantado ela finalmente conseguiu pagar suas dívidas e voltar para Taubaté, onde pôde investir em um antigo sonho: fazer cursos de estética de sobrancelhas. “Para ganhar clientes, comecei a oferecer serviço de graça nas escolas da cidade. As professoras e faxineiras que gostavam me contratavam e indicavam para amigas”, diz.
Aos poucos, sua habilidade foi se tornando conhecida, e muitas pessoas passaram a procurá-la para aprender suas técnicas. Depois, começaram a aparecer empresas de estética interessadas em treinar suas funcionárias. Nesta hora, ela percebeu que seria mais vantajoso ter seu próprio negócio em vez de dar suporte para os outros.
“No início meu marido foi contra. Ele não acreditava que, depois de tudo o que passamos, eu iria arriscar tudo mais uma vez. Mas eu estava decidida e sabia que iria dar certo”, afirma.
A primeira unidade da Sóbrancelhas foi aberta em 2013, no Shopping Taubaté, e logo de cara Luzia se surpreendeu ao ver que suas antigas clientes não apenas compareceram em massa, como passaram a levar muitas amigas. Hoje, a rede já conta com 63 unidades e espera fechar o ano com um faturamento de R$ 2,8 milhões.
“A ideia de segmentar ajudou bastante. Não é possível ser bom em tudo, mas consegui me especializar e desenvolver técnicas diferentes para sobrancelhas. Outra coisa fundamental para o sucesso da marca foram as dificuldades que passei. Graças a elas hoje tenho experiências para orientar e dar suporte aos franqueados”, encerra.