Como uma marca mineira de açaí virou fenômeno e vai faturar R$ 130 milhões
A entrada do ator e piloto Caio Castro como sócio fortaleceu ainda mais o crescimento da rede
Diego Dutra e Rafael Corte se conheceram em Minas Gerais e formaram a parceria que transformou a JAH em uma grande rede de açaí, sorvetes e picolés.
A história entre Diego Dutra e Rafael Corte começou ao acaso. Em viagem por Minas Gerais para recuperar o prejuízo de uma paleteria mexicana, Corte conheceu a JAH Açaí, notou o movimento das duas lojas e decidiu experimentar o produto. Gostou tanto que conversou com o dono, Diego Dutra, e dali nasceu uma parceria. Deste contato, a JAH tomou novos rumos: passou por uma total reformulação, do logotipo à reconfiguração da loja, entrou para o franchising e hoje é a maior rede self-service de açaí, sorvetes e picolés, prevendo um faturamento de R$ 130 milhões e 185 unidades em operação até o fim deste ano.
O segredo dessa reviravolta que fez o negócio despontar tem a ver com a história por trás dos sócios. Diego Dutra era, até 2009, funcionário registrado de uma mineradora na cidade onde nasceu, em Conselheiro Lafaiete (MG). Desejando mais do que a carteira assinada ou o trabalho dividido em turnos, resolveu abrir o próprio negócio, custeando os primeiros gastos com o próprio salário que recebia enquanto funcionário.
Naquele ano, com o valor de R$ 9 mil, alugou um espaço, comprou o maquinário e apostou num produto que tinha conhecido alguns anos antes quando morou no Rio de Janeiro com a família, o açaí. Batizou a loja de JAH, em referência a banda e um nome que remete à celebração da vitória.
Durante quatro anos, Dutra se revezou entre a loja e a mineradora e a expectativa inicial de que o negócio se sustentasse sozinho não se concretizou, o açaí naquela época não era tão conhecido ainda. Resolveu então diversificar o menu, incluindo sorvetes e iogurte, adquiriu equipamentos de autoatendimento e implementou o modelo self-service, o que atraiu mais clientes.
Em 2014, com o negócio estabilizado, Diego largou o emprego na mineradora para se dedicar exclusivamente à JAH. No ano seguinte, conheceu Rafael Corte, cuja experiência e visão comercial deram novo fôlego à marca. Rafael, que também buscava uma recuperação financeira após o fracasso de sua paleteria mexicana, trouxe um olhar executivo que complementou o espírito empreendedor de Diego.
A história de Rafael também é de superação. Engenheiro e ex-trainee de grandes empresas, Corte não se adaptou ao mercado corporativo. Decidido a empreender, tornou-se master franqueado de uma marca de paletas mexicanas em Minas Gerais. Em 2014, abriu uma fábrica em Belo Horizonte, mas sem o suporte necessário, o negócio faliu.
Determinado a dar a volta por cima, vendeu tudo o que possuía, juntou R$ 350 mil e, com esse valor, abriu uma segunda marca, estudou sobre o universo dos sorvetes, melhorou as receitas, comprou 17 freezers e saiu de porta em porta convencendo os lojistas a instalarem seus freezers e venderem seus novos produtos. Nem de longe ele imaginava que, ao cruzar Conselheiro Lafaiete (MG), a história mudaria.
Quando conheceu a JAH, identificou o potencial da marca e vislumbrou uma nova chance de crescimento. Ali, experimentando pela primeira vez um açaí, gostou não apenas do sabor, mas do potencial que viu naquele negócio. Com mais de uma loja, e todas movimentadas, estava certo que conseguiria dar vazão à sua nova marca. E desta vez estava correto. Deste encontro, a parceria surgiu: o espírito empreendedor de Diego e a experiência de executivo do Rafael se firmaram para dar um novo impulso ao JAH, rede de açaí, sorvetes e picolés.
Em agosto de 2015, com a entrada de Corte no negócio, a empresa foi repaginada e aderiram ao franchising. Em 2016 abriram a primeira franquia em Belo Horizonte e, nos anos seguintes, chegaram a São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e na Bahia. Em 2020, o ator e piloto Caio Castro também se juntou ao time de sócios, tornando a rede ainda mais reconhecida. Este ano completaram 10 anos no franchising com mais de 160 unidades em 14 estados, além de duas unidades fabris, sendo uma em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e outra em Sorocaba, no interior de São Paulo.