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Hoje premiada, empresa ficou dois anos sem vender

A Hi Technologies, que atua na área hospitalar, superou obstáculos e agora cresce a um ritmo de 300% ao ano

16 dez 2015 - 07h00
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O que você faria se o seu negócio ficasse dois anos sem vender um único produto? Provavelmente desistiria. E foi exatamente esta a decisão tomada por três sócios da Hi Technologies, empresa do ramo de tecnologia hospitalar. Só que Marcus Figueredo e Sérgio Rogal, outros dois integrantes da sociedade, pensavam diferente e resolveram continuar. A aposta não poderia ser mais acertada. Atualmente, a empresa cresce a um ritmo anual de 300%.

Vale a pena apostar em franquias de baixo investimento?

"Desde a época da faculdade, tínhamos em mente que queríamos reinventar a tecnologia médica, e acreditávamos que era preciso sobreviver de qualquer forma, pois nossa hora chegaria", diz Figueiredo, que fundou a empresa com seus colegas do curso de engenharia da computação, da PUC do Paraná.

Empresa de Marcus Figueredo e Sérgio Rogal foi reconhecida como case de sucesso
Empresa de Marcus Figueredo e Sérgio Rogal foi reconhecida como case de sucesso
Foto: Divulgação

Em um primeiro momento, o plano de investir na criação de equipamentos médicos teve que esperar. "Achávamos que com uns R$ 4 mil conseguiríamos, mas um professor nos mostrou que não dava nem para começar, aí decidimos entrar no ramo de softwares para monitorar a saúde de pacientes pela internet", conta Figueredo.

Em 2005, os ainda estudantes conseguiram colocar sua empresa na Intec, uma incubadora de startups do Paraná. "Lá desenvolvemos o software, mas ficamos dois anos sem vender nada. O mercado médico é muito conservador e resistente na hora de comprar de novatos.”

Ao longo do caminho, três dos cinco amigos que começaram a empresa optaram por seguir a carreira acadêmica. Persistentes, Figueredo e de Rogal  continuaram no negócio que, à primeira vista, parecia fadado ao fracasso. Mas em 2007, a sorte começou a mudar para os dois e, finalmente, eles fizeram a primeira venda. De lá para cá, vieram novos clientes e, depois, prêmios de empreendedorismo dados por entidades como, a Finep  (Financiadora de Estudos e Projetos) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Qualquer um ficaria satisfeito em ver seu negócio decolando. Mas, como disse Figueredo, eles queriam "reinventar a tecnologia médica", e viver da venda de softwares não era suficiente para dar vazão ao sonho dos sócios. "Conseguimos alguns financiamentos e, em 2008, reiniciamos o processo de incubação na Intec para que, finalmente, nos tornássemos uma fabricante de equipamentos médicos.”

Em 2010, a Hi Techonologies finalmente apresentou o primeiro protótipo do Milli, um equipamento customizavel que monitora os pacientes nas mais diversas situações. 

"Os equipamentos de monitoramento são feitos para cada situação, por exemplo, uma ambulância, uma sala de cirurgia, um quarto. O nosso é o mesmo, mas se adapta à necessidade, apenas mudando o aplicativo nele", explica Figueredo.

Ainda assim, o Milli penou mais um pouco para superar as barreiras burocráticas e ser liberado pela Anvisa, órgão federal que controla o mercado de saúde, e a Hi Techonologies precisou aguardar até que pudesse colocar o equipamento à venda. Superada esta etapa, surgiu um novo problema. 

“Tínhamos dinheiro para fazer apenas uma máquina. Fizemos, vendemos e, com todo o dinheiro, fabricamos mais dois. Vendemos e reinvestimos novamente, até que, em 2014, atingimos o break even, ou seja, passamos efetivamente a ter lucro. Hoje, estamos em 22 estados brasileiros e em 15 países do mundo."

O prêmio anual concedido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) é uma metáfora perfeita do caminho percorrido pela Hi Technologies.

 "Em 2010, ganhamos o de melhor empresa encubada e, quando fui receber o prêmio, fiz questão de ressaltar que ganhávamos pelo que poderíamos ser. Agora, recebemos o de melhor empresa graduada e é pelo que nos tornamos", diz um orgulhoso Figueredo, que não faz questão de ser modesto em seus objetivos: "Estamos em apenas 100 hospitais no Brasil, mas há 5 mil estabelecimentos, sem falar em serviços como homecare."

Fonte: PrimaPagina
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