Macrossetor de TIC avança no Brasil e gera 76 mil empregos no 1º tri
Segmento contratou em média 12,7 mil profissionais por mês, de janeiro a junho, aponta Brasscom
O Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) contratou em média 12,7 mil profissionais por mês, de janeiro a junho deste ano, em todo o Brasil. No total, foram criados 76.340 novos postos de trabalho, de acordo com o relatório Monitor de Empregos e Salários da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e Tecnologias Digitais). Os números representam uma crescente constante desde junho de 2020.
Os números da entidade mostram a resiliência do setor de TIC, analisa o presidente da organização, Sergio Paulo Gallindo. "Ao mesmo tempo, são resultado do grande movimento empreendido pelas empresas de tecnologia para conseguir atender à necessidade dos demais setores, que, em razão da pandemia, tiveram que se digitar ainda mais rapidamente", diz o executivo, em nota.
Segundo o relatório, o aumento em Macrossetor de TIC é significativamente maior do que o restante da economia brasileira. Do fechamento de 2021 até junho de 2022, os empregos nacionais tiveram um crescimento de 2,7%. Os salários em tecnologia seguem acima da média, com uma diferença de 118% em relação ao salário médio nacional.
Entre junho de 2020 e 2022, o Macrossetor de TIC registrou mensalmente apenas saldos positivos quanto à contratação de talentos. Em 2020 foram criados mais de 50 mil postos de trabalho e, no ano seguinte, o volume foi quase 4 vezes maior, com 198,6 mil. "Se a tendência positiva se mantiver no segundo semestre, a expectativa é que o Macrossetor ultrapasse a marca de 2 milhões de trabalhadores até o fim de 2022", projeta Sergio.
Importância do avanço
A notícia deixa um ar de otimismo frente ao apagão tecnológico - termo usado para falar da falta de profissionais formados no setor. Estima-se que o Brasil tenha um déficit de profissionais de tecnologia de 530 mil pessoas até 2025, de acordo com a Brasscom. Em uma tentativa de reverter esse cenário, algumas iniciativas começaram a ser propostas no país.
Uma delas é o Movimento Tech, plataforma de investimento social criada para apoiar a formação de pessoas para o mercado brasileiro de tecnologia. O projeto é liderado pelo iFood e a XP Inc e visa arrecadar R$ 100 milhões até 2025 para despertar o interesse das novas gerações e capacitar profissionais para amenizar o apagão tecnológico. A prioridade é beneficiar grupos sub-representados na sociedade e pessoas de baixa renda.
Aquin o Startups você também conheceu os projetos da PrograMaria, referência no Brasil na inserção de mulheres no mercado de tecnologia. A startup de impacto social já possibilitou o treinamento de mais de 13 mil pessoas desde a sua fundação em 2015. O negócio oferece, além de capacitação, ações de engajamento para desenvolver as participantes do curso em suas novas carreiras em tecnologia, apoiando também sua permanência no setor.
Já a Anywhere, startup baseada no Vale do Silício formada pelas brasileiras Nathalya Nascimento e Aline Gonçalves, ajuda organizações globais a encontrarem profissionais de tecnologia qualificados. A companhia faturou R$ 1 milhão em apenas cinco meses de operação e prevê triplicar a receita ainda em 2022 e dobrar a base de clientes.